O mundo corporativo está em um momento que se apresenta como uma grande oportunidade de mudança total de paradigmas, processos, forma de fazer negócio e de se relacionar com o mundo ao redor. A única constante na atualidade é a mudança e ela ocorre cada vez de forma mais veloz.
Parece cliché reforçar esse ponto, mas a verdade é que o micro cosmos corporativo em suas nuances, continua apresentando em uma mesma empresa profissionais que estão pensando 20, 30, 40 anos adiante. Com profissionais que ainda reproduzem em sua forma de pensar estratégia a mentalidade de 20, 30, 40 anos atrás. Na mesma empresa vemos iniciativas ultrapassadas e de vanguarda sendo realizadas.
Agora vejamos como a mudança de padrão mental é urgente, nos últimos anos vimos empresas como a UBER ser em cerca de dois anos de existência avaliada em 17 bilhões de dólares, a Groupon também com o mesmo período ser avaliada em cerca de 6 bilhões de dólares, a Google poucos meses após a sua fundação ser avaliada e vendida por 1,4 bilhões de dólares. Todas empresas que surgiram para oferecer um produto ou serviço do qual sequer são detentores dos materiais físicos necessários, construindo um império de forma infinitamente mais veloz do que as empresas historicamente consolidadas haviam conseguido desde a revolução industrial.
Especialistas como Ismael Slim apontam que “quando você muda para um ambiente baseado na informação o ritmo de crescimento entra em trajetória exponencial”. O que os profissionais de Sustentabilidade e as empresas que querem ser referência nesta frente precisam ter em mente é que a regra vale também para a sustentabilidade. Para alcançar resultados ambientais e sociais incomparáveis e sólidos é fundamental se pautar em premissas que têm gerado mudanças disruptivas na sociedade.
Todas as áreas e funções que conhecemos estão sendo fundamentalmente transformadas. Quando eu me formei em 2006 pouco se falava em de Sustentabilidade, hoje diversas empresas tem áreas, estruturas, equipes e orçamentos com esta finalidade. Mas será que os seus profissionais e os CEOS estão vendo com clareza como este processo de sustentabilidade é intrínseco aos negócios? Repito, não complementar, não adjacente, mas sim intrínseco a forma de se fazer negócio. Vamos aos 7 passos que pode colocar a estratégia da sustentabilidade da sua empresa em consonância com a atualidade, trazendo transformações exponenciais, ou seja de profundo e amplo impacto, para a empresa e o planeta.
Neste sentido é fundamental que as empresas usem a “sandália da humildade”, reconhecendo que em tempos como o que vivemos hoje uma solução ambiental ou social de impacto pode vir de qualquer lugar. Portanto, escutar atentamente e construir junto com diversos agentes é fundamental.
Segundo estudo realizado pela Hay Group com 170 empresas brasileiras “aproximadamente 76% dos funcionários das empresas que se preocupam com a diversidade reconhecem que têm espaço para expor suas ideias e inovar no trabalho.”
Há, por exemplo, o caso de uma empresa do ramo alimentício que após investir milhões em um produto de papinhas para neném e já em comercialização, foi questionada por uma ONG sobre a possível existência de um produto cancerígeno entre os componentes e viu dessa forma sua linha de produtos e seu investimento ruir. Os casos de empresas que investiram milhões em projetos que foram paralisados e / ou descontinuados devido a questões sociais e ambientais são infinitos. Isso ocorre, porque alguém dentro da empresa considerou que estes temas estavam separados quando na atualidade são um só.
Não há receita de bolo, no entanto, as menções aqui descritas são com base em anos de experiência, vivenciando situações similares, compartilhando, escutando, ensinando e aprendendo sobre estratégia da sustentabilidade, assegurando a sua conexão com os avanços e inovações que tem ocorrido na sociedade e aqueles que estão por vir em um futuro próximo. (#Envolverde)
* Liliane Rocha é diretora Executiva da empresa Gestão Kairós (www.gestaokairos.com.br), mestranda em Políticas Públicas pela Fundação Getúlio Vargas, MBA Executivo em Gestão da Sustentabilidade na FGV, Extensão de Gestão Responsável para Sustentabilidade pela Fundação Dom Cabral, graduada em Relações Públicas na Cásper Líbero. Gestora com 11 anos de experiência na área de Responsabilidade Social tendo trabalhado em empresas de grande porte – tais como Philips, Banco Real-Santander, Walmart e Grupo Votorantim. Escreve mensalmente para a Envolverde sobre Diversidade.