A luz vai ficar smart
No final de 2012 ou no início de 2013, começam a ser instaladas as redes inteligentes, que permitirão a cobrança diferenciada de tarifas
Se tudo ocorrer conforme o cronograma traçado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as smart grids, ou redes inteligentes, devem começar a ser implantadas no país entre o final de 2012 e o início de 2013. O processo deve se iniciar com a troca dos medidores eletromecânicos atuais por modelos eletrônicos, que vão facilitar o controle do consumo tanto pelos clientes quanto pelas empresas distribuidoras de energia. Os novos equipamentos permitirão que o consumidor saiba, em tempo real, quanto está gastando de energia. A ideia é que a substituição dos medidores venha acompanhada pela adoção de tarifas diferenciadas por horário para clientes residenciais. Com a cobrança de tarifas mais caras no período de maior consumo, os clientes serão incentivados a gastar menos energia no horário de pico - o consumidor poderá, por exemplo, programar a lavadora de roupas para funcionar de madrugada ou reduzir a potência do ar-condicionado nos horários em que a energia for mais cara.
A Aneel pretende regulamentar o uso dos novos medidores eletrônicos nos próximos meses. O Brasil possui atualmente 67 milhões de medidores de energia, que deverão ser substituídos num prazo de até dez anos, dependendo do ritmo de implantação das redes inteligentes pelas distribuidoras. O custo de cada novo medidor é estimado em cerca de 200 reais, o que significa um investimento de mais de 13 bilhões de reais para a troca de todos os equipamentos. Ainda não está definido quem vai pagar essa conta. A intenção da Aneel é que as distribuidoras de energia realizem a troca sem repassar os custos ao consumidor, uma vez que as empresas terão, de acordo com a agência, enormes ganhos de eficiência - poderão monitorar o consumo mais facilmente, detectar os desvios de energia (os gatos) e realizar cortes sem necessidade de enviar um funcionário até a residência.