• 29 de outubro de 2024
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Agência anuncia estrutura para rastrear e preencher lacunas de financiamento ambiental

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, destaca soluções para a brecha de financiamento da natureza urbana; relatório ressalta aumento de impactos climáticos sobre centros urbanos em todo o mundo; documento foi lançado na 16ª COP sobre Biodiversidade, na Colômbia.


No fim de semana, uma agência da ONU apresentou o relatório “Estado da Finança para a Natureza em Cidades” alertando para as grandes lacunas de financiamento na área.


O estudo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, foi apresentado em Cáli, na Colômbia, onde a agência organiza a 16ª. Conferência da ONU sobre Biodiversidade, COP16.


Apelo do secretário-geral contra calor extremo
A iniciativa quer incentivar investimentos em soluções baseadas na natureza e que possam levar a ações climáticas de mitigação. Para o Pnuma, as cidades podem melhorar sua resiliência à mudança climática, restaurar habitats e reduzir a poluição com soluções baseadas na natureza urbana.


Mas para isso, é preciso preencher as lacunas de financiamento na área com um rastreio eficiente. A nova estrutura, lançada pelo Pnuma, quer melhorar a quantidade de dados sobre o tema disponíveis para autoridades, legisladores e os moradores das cidades.


A iniciativa segue-se ao apelo do secretário-geral da ONU, António Guterres, no início deste ano para um chamado à ação contra o aquecimento recorde da temperatura.


Atividades nocivas recebem US$ 7 trilhões
Para aumentar as soluções baseadas em natureza, as cidades precisam de investimentos num momento em que muitas sofrem com a falta de verbas e mecanismos para melhorar sua coleta de dados.


O relatório foi publicado em parceria com a Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e deriva de uma série de levantamentos do Pnuma conhecida como Finança para a Natureza.


Atualmente atividades consideradas nocivas à natureza recebem US$ 7 trilhões enquanto apenas US$ 200 bilhões são investidos em soluções baseadas na natureza. E ainda assim, as cidades não recebem o suficiente para executar políticas de proteção ambiental.


Batalha por ação climática nas cidades
Hoje, as áreas urbanas abrigam mais da metade da população mundial e geram 80% do Produto Interno Bruto, PIB, global. Elas também são responsáveis por 79% de todas as emissões de dióxido de carbono e 75% do uso dos recursos mundialmente. Por isso, especialistas acreditam que a batalha por ação climática tem de ser travada também pelos centros urbanos.


E para aumentar os investimentos é integrar as soluções nos sistemas financeiros municipais. Uma vez provado o valor dessas ações, fica mais fácil convencer governos, investidores e comunidades a mobilizar mais recursos.


Papel transformador contra desafios
O relatório também se baseia na Estrutura de Biodiversidade Global de Kunming-Montreal que mostra como as soluções de natureza urbana são estratégias vitais que oferecem os benefícios triplos de aumentar a biodiversidade, construir resiliência climática e proteger o bem-estar dos habitantes.


A co-diretora do Instituto Penn para Pesquisa Urbana, Eugenie Birch, lembra que com o mundo reunido em Cáli para a COP16, o relatório abre o caminho para as cidades terem um papel transformador na forma como respondem aos desafios ambientais desta era.


 

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