Brasil: risco de enchentes será 87% maior em 2100
Pesquisa encomendada pela Grã-Bretanha e apresentada na COP17 simulou as consequências das mudanças climáticas no mundo, até o final do século, caso o atual padrão de emissão de poluentes seja mantido. No Brasil, o risco de enchentes crescerá 87%, enquanto na Espanha 99% da área de cultivo agrícola será perdida e, no Egito, 98% da população sofrerá com falta de água
Estudo divulgado na COP17, em Durban, simulou as consequências das mudanças climáticas em 24 países, até o final do século, e apontou que, no Brasil, o principal efeito do aumento da temperatura será o crescimento do risco de enchentes.
De acordo com a pesquisa científica - produzida pelo centro especializado em mudanças climáticas Met Office Hadley, a pedido da Grã-Bretanha -, se o mundo manter seu atual padrão de emissão de gases causadores do efeito estufa, o planeta esquentará entre 3ºC e 5ºC, até 2100, o que implicará no aumento de 87% do risco de enchentes no Brasil, em relação aos níveis atuais.
O estudo ainda fez outras previsões para o território brasileiro, que, apesar das más notícias, será um dos menos afetados pelas mudanças climáticas. Entre elas, está o aumento de 10% na ocorrência de tempestades, até o final do século, podendo afetar a vida de, pelo menos, 30% da população litorânea do Brasil.
Entre os outros 24 países analisados, as piores previsões ficaram com Espanha e Egito. Enquanto a nação desenvolvida poderá perder até 99% de sua área de cultivo agrícola por conta das mudanças climáticas, o país emergente sofrerá com a falta de água, que afetará 98% da população.
O estudo foi apresentado pela Grã-Bretanha, na COP17, com a intenção de alertar os representantes dos 193 Estados-Membros da ONU do que pode acontecer com o planeta, caso não haja um empenho maior, por parte de todos os países, para a criação de um acordo climático global, que defina metas obrigatórias de redução de emissões para todas as nações.