Evento concentra esperança de diversas entidades sobre efeito de ação climática se houver atuação imediata; secretário-geral acompanha de perto negociações internacionais marcando desfecho do evento na cidade escocesa.Apelos pela urgência de medidas concretas para salvar o planeta da crise do clima acompanham o cair do pano nas negociações da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP26, em Glasgow, na Escócia.Nesta sexta-feira, a data oficial do encerramento, o secretário-geral integrou pessoalmente a reta final das negociações.
Investimentos
Antes, António Guterres chamou a atenção sobre o evento procurar manter a vida com a meta ao tentar limitar a elevação da temperatura global a 1,5 ° C. A representante especial da ONU para a Redução de Risco de Desastres pediu que a ação internacional se traduza numa alta em investimentos para prever e informar sobre as ameaças. Mami Mizutori diz que os líderes globais têm de se comprometer com “adaptação liderada por ações locais” por ser “crucial para as cidades e comunidades” vivendo nesses níveis.
Adaptação
Já a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, apelou aos Estados a implementar acordos sobre o alvo de 1,5 ° C que garanta a neutralidade de carbono até meados do século. Sem isso, “milhões de refugiados, deslocados e apátridas serão severamente afetados”. Os esforços para mitigar as emissões, aumentar o financiamento e o apoio à adaptação devem passar de palavras a ações em favor de deslocados e apátridas. O Acnur vê essas medidas como “essenciais para proteger comunidades vulneráveis e evitar consequências arrasadoras para milhões de refugiados, deslocados e apátridas”.
Assista: https://www.youtube.com/watch?v=pwHGiC8rNCQ&t=34s
Falta de ação
O Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, realça efeitos combinados da mudança do clima e as consequências da falta de ação. Uma petição online feita aos líderes globais #DearWorldLeaders conclama à ousadia e urgência. A Organização Meteorológica Mundial, OMM, afirma que decisões na COP26 determinarão o futuro do planeta. A chefe do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, disse que a terra tem sido fragmentada e transformada de tal modo que a natureza vem sendo pressionada. Inger Andersen voltou a pedir atenção às crises simultâneas da mudança climática e da perda de biodiversidade.
Medidas
Ela diz que “ainda há tempo para tomar medidas em favor do clima agindo de imediato”.Para o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, como o coronavírus ataca todas as partes do corpo, a crise do clima afeta todas as células. Tedros Ghebreyesus aponta riscos que vão desde a exaustão pelo calor e insolação, até asma e doenças pulmonares e, em última instância, a morte. Reta final da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática também analisa os impactos da migração relacionada ao fenômeno sobre os princípios fundamentais.
Direitos Humanos
Um novo relatório do Escritório para os Direitos Humanos da ONU, foca a região africana do Sahel onde as temperaturas estão subindo 1,5 vez mais rápido do que a média global.Chuvas erráticas e as estações chuvosas irregulares são acompanhadas por inundações frequentes e limitam os meios de subsistência afetando colheitas e pastagens na área abarcando nove países. Em cidades, especialmente nas áreas costeiras, aumenta o nível do mar e inundações vão forçando a população a optar pela migração que “piora a situação de vulnerabilidade de milhões de pessoas”. No que tem sido considerado um avanço substancial, a COP26 divulgou uma projeção de aquecimento global mais baixa até o momento.Um relatório da Agência Internacional de Energia ressaltou que se os governos cumprissem seus compromissos de longo prazo, isso colocaria a humanidade numa direção a cerca de 1,8 ºC de aquecimento.