• 22 de junho de 2016
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Carros menos poluentes

Aprofundar a pesquisa sobre motores automotivos, adaptados ou projetados para um melhor uso do etanol, e estudar em detalhe as formas de produção ambientalmente sustentável dos biocombustíveis são os focos principais da atividade de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) do Grupo PSA no Brasil.

Por Yuri Vasconcelos, da FAPESP –

O conglomerado, de origem francesa, é dono das marcas Peugeot, Citroën e DS e está presente no Brasil desde 1992. Com uma fábrica no município fluminense de Porto Real, a empresa mantém, com unidades no país e na Argentina, um dos seis centros globais de P&D, batizado de Tech Center América Latina. A unidade atua em estreita colaboração com unidades semelhantes localizadas na França e na China – um sétimo laboratório global, com sede no Marrocos, está programado para iniciar as operações neste ano.

“Nós inauguramos, dentro do Grupo PSA, a pesquisa na área de biocombustíveis e somos uma referência mundial no estudo de motores movidos a etanol e no desenvolvimento de materiais sustentáveis para fabricação de peças e componentes automotivos”, diz o engenheiro mecânico Franck Turkovics, executivo responsável por Inovação de Powertrain e Biocombustíveis no Brasil – powertrain é o termo usado para designar o conjunto responsável pela tração do veículo, composto por motor e transmissão.

“Na área de motores, um de nossos principais objetivos é a redução de emissão de CO2”, afirma Turkovics. Há 25 anos na empresa e há 10 no país, ele se formou engenheiro mecânico e térmico com uma pós-graduação lato sensu no IFP School, na França, e foi o responsável pela montagem, em 2011, da equipe de pesquisadores da empresa no Brasil para estudo de inovações em biocombustíveis.

Para dar impulso às pesquisas nessa área, o Grupo PSA e a FAPESP assinaram no final de 2014 um termo de convênio de cooperação com quatro universidades brasileiras para o lançamento do Centro de Pesquisa em Engenharia Professor Urbano Ernesto Stumpf.

Entre os temas investigados pelos pesquisadores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp), de São Paulo (USP), dos institutos Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), e Mauá de Tecnologia (IMT), em São Caetano do Sul (SP), estão novas configurações de motores, redução de consumo, de emissão de gases e seus impactos e a viabilidade econômica e ambiental. “Somos o primeiro centro de pesquisa multi-institucional criado pela FAPESP nesse formato. O trabalho com importantes instituições de ensino enriquece e valoriza ainda mais o nosso know-how e nos permite evoluir”, diz Turkovics.

“O conceito do centro é que os pesquisadores das quatro instituições desenvolvam estudos de forma integrada em suas áreas de especialização”, conta Waldyr Gallo, professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp e coordenador do Centro de Pesquisa. “Queremos aproveitar e fazer avançar as pesquisas que cada um dos parceiros já realiza sobre diferentes aspectos da engenharia de motores para impulsionarmos o desenvolvimento de motores a etanol.”

O investimento no projeto, de R$ 16 milhões por um período de quatro anos, renováveis por mais seis, é dividido igualmente entre o Grupo PSA e a FAPESP, mais a contrapartida oferecida pelas instituições que sediam a pesquisa em valor equivalente, quando são computados os salários dos pesquisadores, técnicos e equipamentos das universidades e institutos.

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