• 28 de janeiro de 2019
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Catástrofe em Brumadinho (MG), uma tragédia anunciada

Na última sexta-feira (25) a barragem 1 do complexo Mina do Feijão, da mineradora Vale, rompeu-se em Brumadinho (MG), a cerca de 60 km de Belo Horizonte, na região metropolitana. Quase treze milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério despencaram da barragem atingindo a área administrativa da Vale, comunidades da região,e o rio Paraopeba, na Bacia do Rio São Francisco. A tragédia aconteceu pouco mais de três anos depois da queda da barragem do Fundão,em Mariana, até então considerado o maior crime ambiental da história do país. 






Antes e depois - Brumadinho



Até o momento, há confirmação de 58 mortos; 19 foram identificados; há 305 desaparecidos, e 192 pessoas foram resgatadas vivas, as buscas entraram hoje no quarto dia, foram convocados 136 militares de Israel que chegaram a MG na noite de domingo e darão apoio aos bombeiros.  A lama removeu parte da cidade de Brumadinho e pontos da cidade seguem ilhados.A comunidade local já tinha alertado os órgãos ambientais do estado para o risco da continuidade das operações na mina do Córrego do Feijão, que já estava esgotada. Estima-se que a lama percorra 200 km de área e chegue ao rio São Franciso. Ela está descendo a Serra dos Dois Irmãos, que é rica em Mata Atlância, deve cair no rio Paraopeba, que abastece um terço da região metropolina de Belo Horizonte. O presidente da Vale, Fábio Schvartsman, diz que ainda não se sabe o que causou o rompimento da barragem e que foi uma surpresa, porque as indicações eram de que estava “tudo em ordem”. Os rejeitos da mineração são resultados do processamento para separar o minério de ferro bruto de impurezas que não têm valor. Essa sobra contêm restos de minério, sílica e derivados de amônia. A Vale afirma que a lama vazada não é tóxica, mas especialistas dizem, porém, que há danos ambientais graves, como a contaminação do solo e da água por minério fino, que fica na sobra dos rejeitos.





Que este desastre de Brumadinho venha trazer um alerta para o novo governo,para defender critérios rigorosos para a proteção do Meio Ambiente,pois é um crime flexibilizar o licenciamento ambiental para favorecer empreendimentos,é dever das autoridades defender critérios mais rigorosos para a aprovação de investimentos com impacto no meio ambiente. Acreditamos que por traz destas fiscalizações, destes laudos da Vale, exista fraudes por traz, isso que estamos vivenciando, nada mais é do que resultado da corrupção, por traz destes papéis, simplesmente assinados, pois não é possível que uma empresa tão grande como a Vale, deveria ter evitado esta tragédia anunciada, onde Vidas e Meio Ambiente foram devastados por rejeitos de lama, que deveriam ser estudados, tratados e redirecionados pra um devido destino e não empoçados em um espaço da Natureza. Um primeiro sinal foi dado em 2015 em Mariana (MG), o segundo foi dado em Brumadinho (MG), quantas barragens será preciso estourar, pra se tomar as devidas atitudes, atitudes que devem ser além de papel e caneta, atitudes exercidas na prática por esta gigante da mineração chamada Vale, e que esta deixando grandes Vales de destruição por nosso país, acabando com vidas, destruindo famílias, detonando com as comunidades e devastando a Natureza. É lamentável, é triste e desolador pra todos que compadecem e sentem na pele essa triste realidade que estamos vivendo, nós do Jornal do Meio Ambiente, lamentamos imensamente as vidas que foram ceifadas por esta tragédia e nos entristecemos por mais uma devastação com a nossa Natureza.



Por Amanda Carolina


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