Mais de 100 representantes de megacidades latino-americanas, de empresas de água e saneamento e de universidades reuniram-se em São Paulo (SP) nesta semana (7 e 8) em evento organizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para discutir desafios e soluções relacionados à gestão da água diante das mudanças climáticas. O encontro também debateu a criação de uma Aliança Regional de Megacidades para a Água e o Clima.
Os representantes das cidades concordaram que mesmo tendo características específicas, as soluções para garantir segurança hídrica nas megacidades podem ser compartilhadas. Participaram da conferência representantes de Bogotá, Buenos Aires, Cidade do México, Rio de Janeiro, São Paulo, Lima e Santiago.
Mais de 100 representantes de megacidades latino-americanas, de empresas de água e saneamento e de universidades reuniram-se em São Paulo (SP) nesta semana (7 e 8) em evento organizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para discutir desafios e soluções relacionados à gestão da água diante das mudanças climáticas.
O encontro também debateu a criação de uma Aliança Regional de Megacidades para a Água e o Clima. Participaram da conferência representantes de Bogotá, Buenos Aires, Cidade do México, Rio de Janeiro, São Paulo, Lima e Santiago.
“Estamos aqui hoje para criar uma plataforma de cooperação entre as megacidades para que elas encontrem juntas as soluções para a gestão dos recursos hídricos, que já se tornam escassos em grande parte delas, e para a mudança climática, que deixa o cenário ainda mais desafiador”, disse o especialista do Programa Hidrológico Internacional da UNESCO, Alexandros Makarigakis.
“A ideia é que as megacidades descubram o poder que têm para resolver seus problemas em relação à sua mais básica segurança hídrica”, completou.
O presidente do Sindicato Interdepartamental de Saneamento da Região Metropolitana de Paris (SIAAP, na sigla em francês), Joakim Giacomoni-Vincent, alertou que todos os países têm os mesmos problemas no que se refere às mudanças climáticas. “Há dez anos, estávamos falando sobre isso como um problema futuro, e agora estamos tendo que resolvê-lo”.
No primeiro dia de evento, participantes discutiram os desafios atuais e futuros da mudança climática que impactam a segurança hídrica na região da América Latina e Caribe, os riscos para suas atividades econômicas e estabilidade social, e as possíveis soluções para essas questões. As megacidades participantes apresentaram seus sistemas de água e saneamento, desafios atuais, questões emergentes e formas de planejar e gerir a água no futuro.
Na opinião do diretor da Associação de Pesquisa e Governos Locais sobre Água (ARCEAU Île-de-France), Jean-Claude Deutsch, para além das características de cada megacidade, existem alguns pontos macros em comum, e a preocupação com os recursos hídricos é um deles.
Os representantes das cidades concordaram que mesmo tendo características específicas, as soluções para garantir segurança hídrica nas megacidades podem ser compartilhadas. Em São Paulo, por exemplo, por estar longe do mar, de lagos e de rios caudalosos, “a cidade acaba se tornando um grande laboratório de ideias para fornecer água segura para a população”, explicou o secretário executivo de Relações Internacionais do município, Luiz Álvaro.
O diretor de regulação da ANA, Oscar Cordeiro Netto, disse acreditar que “a distribuição dos recursos hídricos é um desafio em todo o Brasil, pois apesar de termos abundância de água doce, grande parte da população está onde a água não está”. Para ele, esse fato ainda pode se agravar e gerar conflitos, pois “a demanda por água deve aumentar 30% nos próximos 20 anos no país”.
No segundo dia, um grupo restrito de especialistas conheceu melhor o funcionamento da Aliança de Megacidades para a Água e o Clima (MAWAC, na sigla em inglês) e discutiu o Termo de Referência para uma aliança regional na América Latina e Caribe.
Eles concordaram com a criação desta aliança e a ideia de que, daqui para frente, ela deve melhorar a Cooperação Sul-Sul entre as megacidades latino-americanas e caribenhas, nos campos relacionados a pesquisa, soluções técnicas, educação, informação e políticas públicas relacionadas à gestão hídrica.
Para o presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP), Benedito Braga, os grandes impactos das mudanças climáticas se fazem sentir no setor dos recursos hídricos. “Seja pelas enchentes mais intensas e frequentes, seja pelas secas mais prolongadas e frequentes. A agenda da adaptação é fundamental e, nesse contexto, uma aliança para tratar do tema mudanças climáticas e água é extremamente importante”.
“Soluções criativas e inovadoras, capazes de aglutinar meios e recursos para melhorar a vida nas megacidades devem estar nas nossas mesas de discussão. A aliança das megacidades se torna uma solução inteligente de ajuste da gestão hídrica aos cenários das mudanças climáticas”, disse o secretário executivo do Comitê Gestor dos Serviços de Água e Esgoto da Capital Paulista, Marco Palermo.
O secretário-executivo da organização Governos Locais para a Sustentabilidade (ICLEI), Rodrigo de Oliveira Perpétuo, complementou dizendo que “a cooperação multinível e multi-atores é o caminho para o fortalecimento de uma aliança regional para a gestão das águas nas megacidades”.
O evento foi realizado pela Sede da UNESCO, pelo Escritório Regional da UNESCO para Ciências na América Latina e Caribe (UNESCO em Montevidéu) e pelo Escritório da UNESCO no Brasil, no âmbito do Programa Hidrológico Internacional da UNESCO (IHP, na sigla em inglês). O encontro também serviu de preparação para a Conferência Internacional da MAWAC (EauMega 2020), que acontecerá na Sede da UNESCO, em Paris (França), no próximo ano.