• 14 de fevereiro de 2017
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Colocando mais gasolina na motosserra

 



No final do ano passado, a Amazônia estampou os jornais do país e do mundo com uma infeliz manchete: desmatamento aumenta 29%. Pior, essa triste notícia não vinha sozinha. Nos últimos quatro anos, é a terceira vez que o desmatamento aumenta na região. A pergunta que fica é “o que fazer, então?”.



A resposta parece óbvia: aumentar a fiscalização e a proteção nas florestas. Mas parece que não é bem assim que pensa alguns dos ministros do governo Temer. Nesta semana, trancados em uma sala refrigerada em Brasília, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB/RS), tramava junto aos ruralistas do estado do Amazonas uma maneira de diminuir Áreas Protegidas recentemente demarcadas, fazendo assim a alegria dos grileiros de terras da região, e ligando o modo “dane-se” para a floresta. Detalhe, a negociata toda se dava sem nem mesmo um aviso ao Ministério do Meio Ambiente.



Como se não bastasse, há alguns dias o Conselho de Defesa Nacional pediu a retirada de um processo que havia sido enviado à ONU para reconhecer o Parque Nacional da Serra do Divisor, na fronteira do Acre com o Peru, como patrimônio natural da humanidade junto à Unesco. A vantagem desse tipo de reconhecido é o aumento na proteção do parque e a possibilidade de atrair investimentos em turismo sustentável, por exemplo.



Assim, o governo vai, motivado por interesses, colocando gasolina nas motosserras que destroem a floresta, causando um prejuízo imenso aos brasileiros e ao mundo, em detrimento do lucro condenável de poucos.



Mande um recado ao presidente Temer e ao ministro Eliseu Padilha. Diga a eles que a Amazônia precisa de proteção, e não de mais desmatamento. Você pode copiar a mensagem abaixo ou criar a sua própria.



Ao Excelentíssimo Presidente da República Michel Temer / Ao Excelentíssimo Ministro da Casa Civil Eliseu Padilha



O desmatamento da Amazônia vem crescendo ano após ano. No entanto, o governo não está tomando nenhuma atitude para controlar essas taxas de destruição florestal. Muito pelo contrário, recentes iniciativas como a tentativa de reduzir áreas de Unidades de Conservação mostram aparente desinteresse do governo em resolver a questão do desmatamento.



A sociedade pede que o governo abandone seus planos de enfraquecer a proteção de nossas florestas. A Amazônia precisa de preservação e não de mais destruição.


Empresas contempladas