• 27 de fevereiro de 2023
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Com mais de 1,5 milhão de desabrigados, Turquia enfrenta novos tremores

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento avalia que mais de 500 mil novas moradias deverão ser construídas; país vivenciou novos sismos esta semana com seis mortos e mais de 290 feridos; sírios sofrem com baixas temperaturas.


 


O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, alerta que o terremoto que atingiu a Turquia em 6 de fevereiro deixou mais de 1,5 milhão de pessoas desabrigadas no sul do país.


Segundo a agência, será preciso construir mais de 500 mil novas moradia. O número de mortos pelo sismo ultrapassa 41 mil.



Agências da ONU estão transportando itens de socorro do terremoto da Turquia para o noroeste da Síria

© UNOCHA/Madevi Sun Suon
 
Agências da ONU estão transportando itens de socorro do terremoto da Turquia para o noroeste da Síria

Maior desastre da Turquia
A representante residente do Pnud na Turquia, Louisa Vinton, disse que esta é a maior calamidade causada por um terremoto na história do país e possivelmente o maior desastre natural já enfrentado pelos turcos.


Outros dois tremores foram sentidos na fronteira com a Síria nesta segunda-feira, medindo 6,4 e 5,8, na escala Richter. Seis pessoas morreram e pelo menos 294 ficaram feridas, de acordo com os dados divulgados pelo Pnud.


Há registros de desabamentos de prédios ao retor da cidade de Hatay e alguns na costa do Mediterrâneo.


Reconstrução
Louisa Vinton explicou que cerca de 116 milhões a 210 milhões de toneladas de entulho teriam que ser removidas primeiro na grande tarefa de limpeza e reconstrução.


O último grande terremoto na Turquia, em 1999, matou menos da metade do total deste tremor. E na ocasião, o desastre gerou 13 milhões de toneladas de escombros.


A agência da ONU apoia as autoridades locais para que o trabalho de limpeza possa ocorrer de forma segura para o meio ambiente. O Pnud atuou em desastres anteriores como terremotos e explosões no Nepal, Haiti, Líbano e na Ucrânia.


Linha de ajuda à Síria continua
No noroeste da Síria, onde pelo menos 9 milhões de pessoas foram afetadas e 6 mil morreram, a resposta humanitária internacional continua.


Mais de 220 caminhões, carregados com suprimentos, cruzaram da Turquia desde 9 de fevereiro usando a passagens de Bab al-Hawa, Bab al-Salam e Al Ra'ee.


Falando a jornalistas de Gaziantep, no sul da Turqiuia, a gerente de incidentes de terremoto da Organização Mundial da Saúde, OMS, na Europa observou que a agência transportou quase 100 toneladas de mantimentos pela fronteira desde o desastre, além dos suprimentos já pré-posicionados na Síria.


Segundo Catherine Smallwood, o carregamento inclui medicamentos essenciais, equipamentos cirúrgicos e outros itens de saúde para mais de 40 mil intervenções cirúrgicas.


Ela acrescentou que 55 instalações médicas foram danificadas e várias completamente destruídas, outras seis clínicas móveis foram realocadas para as cidades e comunidades ao redor de Jindires, uma das áreas mais afetadas no noroeste da Síria.


A Comissão Econômica e Social da ONU para a Ásia Ocidental alertou que os sobreviventes estão enfrentando temperaturas extremamente baixas, sem água potável, eletricidade ou combustível para aquecimento além de estarem expostos ao perigo de desmoronamento de edifícios quando tentam buscar abrigo.

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