Encerramento da Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente é marcado por emoção e compromissos em prol da água.
Nesta terça-feira, a etapa nacional da V Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (V CNIJMA) chegou ao momento final. Após atividades nas estações de conhecimento, como foram chamadas as oficinas, todas as nascentes uniram-se para formar um oceano de conhecimento no pátio externo da Estância Árvore da Vida, em Sumaré, São Paulo. Reunidos em uma grande ciranda, os participantes se emocionaram com o momento da despedida.
Desde o dia 15 de junho, aproximadamente 600 pessoas, entre facilitadores, estudantes, professores, especialistas e equipe técnica vinham debatendo o tema “Vamos Cuidar do Brasil Cuidando das Águas”. A diretora do Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Renata Maranhão, explicou que o evento se revelou um espaço multiplicador de conhecimento sobre os nossos recursos naturais.
"A V Conferência foi um movimento educativo que mobilizou e empoderou jovens, crianças e adultos para retornarem aos seus territórios e promoverem espaços de reflexão e intervenção em torno do cuidado com a água", observou.
A programação foi baseada na aprendizagem de forma participativa, com a realização de jogos, gincanas e práticas pedagógicas de educação ambiental para estimular ações transformadoras, que poderão ser replicadas no cotidiano deles e nas comunidades escolares. Essa transformação é confirmada no depoimento de jovens. “Participar da conferência influenciou toda a minha vida. Se hoje sou ambientalista é porque estive aqui anos atrás”, explicou Bárbara Cardoso, do Amapá, que foi delegada na terceira CNIJMA e participou como jovem facilitadora nesta quinta edição.
APRENDIZADO
Já João Paulo Angeli, do Paraná, participou pela primeira vez do encontro. “É gratificante e transformador fazer parte desta criação. Ver a empolgação de todos desde a etapa escolar, chegar aqui e encontrar tantos projetos interessantes e crianças interessadas”, detalhou.
A V CNIJMA contou com uma feira de projetos dos estados, em que os participantes compartilharam experiências sobre seus projetos. A delegada Maria Gabriela dos Santos, de Luís Eduardo Magalhães (BA), por exemplo, desenvolveu uma manta ecológica para regar as plantas. “O meu projeto é uma malha que absorve a água e faz com que não seja preciso irrigar a horta o tempo todo, isso economiza muita água”, explicou. Ela também ficou empolgada com o que aprendeu na feira de projetos. “Pude conhecer outros projetos que vão ajudar minha escola também”, ressaltou.
ÁGUA
A Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente é um processo de adesão voluntária dividido em quatro etapas: escolar, municipal ou regional, estadual e nacional. O início da quinta edição foi marcado com as conferências escolares, que mobilizou cerca de 9,7 mil escolas de todo o país em torno desse processo educativo, elaborando projetos de ação sobre o tema água para transformar a realidade da escola e de seu entorno.
O encontro possibilitou uma visão mais abrangente dos estudantes sobre o meio ambiente. “Começamos a pensar o quão importante é a água”, contou a estudante de Santa Catarina Alana Miranda. “Antes de tudo isso acontecer, eu não tinha noção das escolhas que acontecem e o quão elas são importantes para o meio ambiente”, completou ela.
O idealizador da metodologia da V CNIJMA, Edgard Gouveia, resumiu o encontro parafraseando Dom Helder Câmara, um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). “Sonho que se sonha sozinho é apenas um sonho. Sonho que se sonha junto é o começo da realidade”, vislumbrou ele. Já a coordenadora pedagógica da conferência, Daisy Cordeiro, classifica a experiência como transformadora. “As conferências infantojuvenis são como um divisor de águas. Os estudantes e professores saem daqui com outra visão, pois percebem a criatividade e capacidade de uma escola mais sustentável”, observou Daisy.
Renata Maranhão encerrou dizendo que é preciso manter a chama acesa dentro de cada jovem para promover a mudança de comportamento, de cultura e de postura com relação às questões socioambientais. "Agora, iremos desenvolver ações que mantenham, animem e fortaleçam essa rede de pessoas com vontade de mudança. São 'nascentes' que saem com uma visão crítica sobre as problemáticas socioambientais e com a consciência do poder de transformação da juventude", finalizou a diretora do Ministério.