Cresce o número de cidades que adotam a coleta seletiva
Desde que a Política Nacional dos Resíduos Sólidos foi aprovada em 2010, houve um aumento de 109% no número de cidades onde a coleta seletiva é realizada. O dado consta da Pesquisa Ciclosoft 2014, divulgada nesta quarta-feira, 17 de setembro, pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), que realiza o levantamento a cada dois anos.
Atualmente, 927 municípios têm algum tipo de programa de coleta seletiva, o que representa 17% do total de cidades em todo Brasil. Em 2010, o número era de 443 municípios.
As regiões Sul-Sudeste mantém a concentração de maior número de municípios com programas de coleta seletiva, 81%, revelando um panorama semelhante ao mostrado em 2010 e 2012. A região com a menor taxa de adesão ao programa é a Norte, que representa apenas 2% do total. O Nordeste tem 10% do total e o Centro-Oeste é responsável por 7%. Na conta final da pesquisa, estima-se que apenas 13% dos brasileiros tenham acesso de alguma forma a coletas seletivas.
“Os dados da pesquisa registram um aumento significativo no número de cidades com programas de coleta seletiva, o que é bastante positivo do ponto de vista do avanço das iniciativas de implantação destes programas. Contudo, o número de brasileiros com acesso a este serviço ainda é baixo. Em 2010, eram 22 milhões, e de lá pra cá a quantidade aumentou em seis milhões, somando 28 milhões de pessoas. Ainda há muito o que evoluir”, afirmou Victor Bicca, presidente do Cempre.
Modelos de coleta
O Ciclosoft 2014 também traçou um panorama dos modelos de coleta seletiva adotados pelas cidades brasileiras. A maior parte delas, 80%, ainda utiliza o modelo de coleta porta a porta, enquanto os Postos de Entrega Voluntária estão presentes em 45% das cidades. Também houve um aumento no número de municípios que contrata cooperativas de catadores para auxiliar na coleta, chegando a 76% do total.
No que diz respeito aos materiais, plásticos, papéis e papelão ainda são os mais coletados, representando juntos 60% de toda a coleta. Contudo, o número de materiais rejeitados ainda é considerado alto, na casa dos 20%. Na opinião do presidente do Cempre, “ainda falta um investimento maciço em campanhas para conscientização da população quanto à importância de se separar o lixo corretamente”.
Coleta seletiva
A coleta seletiva é o recolhimento de materiais recicláveis (papel, plástico, metal e vidro) que não devem ser misturados ao lixo comum das residências ou local de trabalho. Trata-se de um cuidado dado ao resíduo que começa com a separação dos materiais em orgânicos e inorgânicos, e, em seguida, com a disposição correta para o reaproveitamento e reciclagem.