• 11 de novembro de 2011
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Código compromete rios brasileiros, diz ambientalista

Redução de APPs de 30 metros para 15 metros pode levar à escassez de água, afirma Mario Mantovani


A proposta de reduzir as Áreas de Preservação Permanente de 30 para 15 metros, prevista no novo Código Florestal, pode levar à escassez de água e desencadear uma crise no País, uma vez que ela diminuiu a mata ciliar nas margens dos rios. Isso é o que defende o diretor da Fundação SOS Mata Atlântica, Mario Mantovani, que conta como a mata ciliar desempenha um papel fundamental na natureza.

“Hoje, nós sabemos que uma função que tem a mata ciliar é de ser corredor de biodiversidade. Por aí circula fauna. Evita que venham venenos que possam contaminar outras regiões. Evita que venha terra do mal uso do solo para dentro da água”.

Segundo Mantovani, mais de 70% da malha hídrica do Brasil é constituída por rios de até 10 metros de profundidade. Com a proposta do novo Código Florestal, as profundidades desses rios serão comprometidas e eles podem desaparecer.

“O que nós vemos é um atestado de morte para a natureza e para os rios com a proposta dos ruralistas”.

O texto prevê ainda a exclusão dos mangues da categoria de APPs, o que afetaria pescadores e famílias que vivem da venda de crustáceos e moluscos.

“O mangue é só o berço da vida. É ali que a vida no mar começa. Se não tiver mangue não tem vida no mar”.

O novo Código Florestal vai afetar também a imagem do Brasil na Rio+20. De acordo com Mantovani, o Brasil perderá a sua condição de líder para assumir o papel de contraventor.

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