E o meio ambiente, Dilma?
Balanço feito pelo jornal Folha de S. Paulo, o primeiro ano de mandato de Dilma deixou muito a desejar no quesito ambiental.
A presidente Dilma voltou da ressaca de Natal e Ano Novo colocando no páreo de sua agenda a organização da Rio +20 – o maior evento climático global, que esse ano acontece no Brasil. Pintar de verde sua imagem para o público internacional é estratégia antiga do governo brasileiro. Mas por trás da maquiagem, muita coisa precisa andar. Num balanço feito pelo jornal Folha de S. Paulo, o primeiro ano de mandato de Dilma deixou muito a desejar no quesito ambiental.
Para o jornal, Dilma teve um desempenho até pior que Collor, que comandava o país na época da Rio 92. Enquanto a sucessora de Lula não criou nenhuma unidade de conservação até agora, Collor tirou do papel 15 em seu primeiro ano. O desmatamento da Amazônia em 1990 também caiu bem mais que agora: 20%. Apesar de, em números absolutos, a taxa ter atingido o menor índice este ano, a queda é duas vezes menor que no início da década passada.
Dilma também tirou da cartola o controverso projeto da hidrelétrica de Belo Monte, que Collor preferiu engavetar por conta das inúmeras críticas que recebera. Sem o cumprimento das recomendações do Ibama e com uma penca de ações judiciais, o projeto ganhou a licença do governo e continua gerando muita polêmica.
Sob a batuta da presidente, a legislação ambiental brasileira também está sofrendo um retrocesso nunca visto na história do país. Além de ter reduzido o poder de fiscalização do Ibama com a aprovação da Lei Complementar 140, o Congresso está prestes a aprovar um projeto que desfigura o Código Florestal. Dilma, portanto, tem muito trabalho pela frente para chegar à Rio +20 com um portfólio ambiental aceitável.