• 16 de agosto de 2012
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Emissões do setor de energia dos EUA caem 2,4% em 2011

Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos afirma que investimentos em gás natural, renováveis e eficiência energética diminuiram emissões de gases do efeito estufa em 9% com relação a 2005
dos Estados Unidos publicados nesta terça-feira (14) revelaram que, após um aumento de 3,3% em 2010, as emissões do setor energético da maior econômica mundial caíram 2,4%, ficando 526 milhões de toneladas métricas, ou 9%, abaixo dos níveis registrados em 2005.

Dados da Administração de Informação de Energia (EIA) De acordo com as informações, as emissões da indústria de energia norte-americana caíram em quatro dos últimos seis anos. E embora a EIA afirme que é difícil estimar um padrão com base em poucos anos, admite que pode haver uma tendência de diminuição das emissões.

Ao contrário de 2008 e 2009, a redução das emissões no último ano não foi causada exclusivamente pela recessão econômica. Ao invés disso, o país registrou um crescimento positivo de seu produto interno bruto (PIB) de 1,8%, embora as informações da EIA indiquem que o crescimento econômico desacelerado também tenha influenciado na diminuição.

Isso significa que a produção energética dos EUA tem se tornado menos intensiva em carbono. Segundo a EIA, entre os fatores que desencadearam esse processo estão os investimentos em energia gerada através do gás natural – menos poluente que o carvão –, em fontes renováveis e em eficiência energética.

Os dados indicam que a geração de energia não emissora aumentou de 30% em 2010 para 31% em 2011. O ano foi favorável à produção hidrelétrica, que cresceu 25% em relação a 2010, à eólica, que aumentou 26%, e à solar – térmica e fotovoltaica –, que cresceu 49%. No mesmo período, a produção geotérmica aumentou 10%, e a do gás natural, 3%, enquanto a de carvão diminuiu 6%.

Além disso, houve também reduções no consumo de energia de diversos setores dos EUA. E embora a indústria tenha aumentado seu consumo energético em 0,7% em 2011 com relação a 2010, o consumo nos setores comercial, residencial e de transportes caiu 0,3%, 1,1% e 1,4%, respectivamente.

No total, o consumo energético caiu 0,5%, o que, somado com o crescimento de 1,8 do PIB, significa que a intensidade energética da economia norte-americana diminuiu 2,3% em 2011 com relação ao ano anterior.

Mas embora as notícias sejam relativamente boas, a comparação dos dados mostra que ainda há um longo caminho pela frente. As informações sugerem que, desde 1990, 2011 foi apenas o quarto ano a apresentar uma redução na intensidade de carbono maior do que 3,5%, e apenas o sexto ano a mostrar uma redução nas emissões. E, enquanto as emissões então 9% abaixo dos níveis de 2005, elas ainda estão 9% acima dos índices de 1990.

Ceres

Os dados da EIA não são os únicos a apontar uma redução das emissões dos Estados Unidos nos últimos anos. Um documento publicado na última semana pela Coalizão por Economias Ambientalmente Responsáveis (Ceres) mostra que, entre as 100 usinas de energia mais poluentes dos EUA, os níveis de dióxido de enxofre (SO2), oxido de nitrogênio (NOx) e mercúrio (Hg) foram reduzidos.

Conforme o relatório, entre as razões da diminuição das emissões de SO2, NOx e Hg estão o fechamento de muitas usinas de carvão nos EUA – 40 GW ou 12% – e o aumento da utilização do gás natural e das fontes renováveis como fonte de energia.

De acordo com a Ceres, as renováveis (excluído as grandes hidrelétricas) correspondem agora à geração de 5% da eletricidade norte-americana. A energia eólica, em particular, expandiu-se rapidamente nos últimos anos, e em 2011 essa indústria acrescentou mais de 6,8 GW à sua produção, totalizando 47 GW em todo o país. Por causa disso, as emissões de SO2 caíram 40%, e as emissões de NOx, 35%, desde 2008.

O carvão ainda é líder na produção energética, mas sua participação está caindo. Ele é responsável por 32% do total de geração de energia, empatado com o gás natural (32%) e seguido pela energia nuclear (20%), as grandes hidrelétricas (6%), as renováveis (5%) e o petróleo (1%). Por isso, o documento mostra otimismo em relação ao futuro do gás natural e das renováveis.

“Essa é uma transição histórica para indústria de energia elétrica. Mais e mais produtores de energia estão abandonando a geração por carvão em favor de usinas de gás natural, energia renovável e eficiência energética”, comentou Mindy Lubber, presidente da Ceres.

“O momento econômico para uma energia mais limpa está melhor do que nunca, e esse relatório mostra que a indústria está se adaptando a padrões de emissões mais fortes do Ato do Ar Limpo, à eficiência estimulada pelo Estado e a incentivos à energia renovável e à dinâmica do atual mercado de gás natural”, concluiu Lubber.

Empresas contempladas