• 19 de outubro de 2011
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Empresas investem em sustentabilidade para crescer

Foi-se a época em que firmas investiam em sustentabilidade apenas para melhorar sua imagem perante os consumidores. Pelo menos é o que indica uma pesquisa global da McKinsey, realizada com mais de três mil representantes de diversas indústrias e empresas do mundo todo. Segundo os resultados da análise, integrar a sustentabilidade aos valores das companhias também passou a ser importante para economizar energia, desenvolver produtos, reter e motivar os funcionários e até mesmo obter retorno de capital.

Esta sexta pesquisa do grupo revela que, em comparação com o ano passado, muitos executivos passaram a afirmar que os programas de sustentabilidade em suas companhias têm uma contribuição positiva não apenas para o valor de mercado da firma em longo prazo, mas que também pode ser percebido já em um período relativamente curto de tempo.

De acordo com a análise, houve mudanças notáveis em relação a 2010 principalmente no que diz respeito às ações sustentáveis, às razões para adotá-las e à extensão da integração da sustentabilidade nos negócios.

Um dos exemplos é o aumento na quantidade de representantes que disseram que as principais razões para as firmas adotarem a sustentabilidade eram melhorar a eficiência operacional e diminuir os custos, que saltou de 14% em 2010 para 33% neste ano.

Em segundo lugar, com 32%, ficou a reputação da empresa (que estava em primeiro lugar no ano passado como principal razão), seguida pelo alinhamento com as metas, missão ou valores da companhia (31%) e novas oportunidades de crescimento (27%). Esta última alternativa cresceu 10% em relação ao ano passado.

Conforme a pesquisa, as firmas também estão integrando a sustentabilidade em muitos de seus processos, e 67% dos pesquisados declararam que suas empresas agregaram a sustentabilidade nas missões e valores da firma, 60% na comunicação externa, 59% na cultura corporativa, 58% na comunicação interna e nas operações e 57% no planejamento estratégico.

Apesar disso, a sustentabilidade se manteve mais ou menos no mesmo nível de prioridade empresarial em relação a 2010, e quase o mesmo número de entrevistados disse que suas companhias têm programas formais para lidar com a sustentabilidade (31% e 30% em 2011 e 2010, respectivamente).

No entanto, os líderes empresariais tendem a ser mais otimistas em relação à sustentabilidade em suas firmas do que os demais empregados. Por exemplo, enquanto 94% dos líderes disseram que suas companhias tinham integrado a sustentabilidade no planejamento estratégico, apenas 53% dos outros funcionários concordaram com essa afirmação.

Nesse mesmo sentido, 59% dos líderes declararam que a sustentabilidade está alinhada com as metas, missões e valores da empresa (contra 28% dos outros empregados) e 43% dos líderes disseram que a sustentabilidade fortalece a posição de competitividade da firma (contra 24% dos outros empregados).

Por fim, a pesquisa dá dicas para que as empresas adotem a sustentabilidade e consigam retorno em três pontos: crescimento, retorno de capital e gestão de riscos. “Nossa análise constatou que muitas empresas estão ganhando um valor significativo perseguindo as oportunidades oferecidas pela sustentabilidade”.

“Acreditamos que a tendência é clara: mais empresas terão que ter uma visão estratégica de sustentabilidade a longo prazo e terão que construí-la para impulsionar a criação de retornos sobre o capital, de crescimento e de gestão de risco. O caminho de cada empresa para capturar o valor da sustentabilidade será único, mas estes elementos podem servir como um ponto universal para se começar”.

A pesquisa pode ser conferida aqui (é preciso fazer um registro no site gratuitamente)




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