• 02 de agosto de 2012
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Estudo indica que CO2 absorvido pelos sistemas terrestres dobrou em 50 anos

Por mais que as inovações tecnológicas tenham conseguido quebrar barreiras nunca antes imaginadas, ainda existem muitas dúvidas quando se coloca em questão o funcionamento dos fluxos de elementos naturais entre o sistemas do Planeta Terra.

Uma das maiores fontes de incerteza para as previsões futuras das condições climáticas é a resposta do ciclo global do carbono às mudanças impostas à Terra pelas atividades humanas ou por seus próprios processos.

Apesar de aproximadamente metade do total das emissões de dióxido de carbono (CO2) atuais ser absorvida pela conjunção de reservatórios na terra e no oceano, modelos prevêem um declínio neste processo ao longo do tempo com a saturação destes reservatórios de carbono.

Isto poderia desencadear o chamado feedback positivo, onde os reservatórios de carbono passam a liberá-lo novamente para a atmosfera. Para compreender e tentar prevenir fenômenos como este, pesquisadores vem desenvolvendo pesquisas profundas sobre os mecanismos envolvidos nos ciclos de vida na Terra.

Muitas pesquisas apontam para direções opostas, algumas dizendo que as taxas de absorção de carbono pelos sistemas terrestres e oceânicos têm permanecido constantes ou declinado e outras questionando esta redução.

Em um novo estudo publicado na revista Nature, considerando as avaliações anteriores, pesquisadores juntaram mensurações atmosféricas de CO2, inventários de emissões e uma série de incertezas para calcular as mudanças nas fontes e reservatórios globais de CO2 durante os últimos 50 anos.

"Nossas análises mostram que a captura líquida global de carbono dobrou, de 2.4 ± 0.8 para 5.0 ± 0.9 bilhões de toneladas por ano entre 1960 e 2010. Portanto, é muito improvável que tanto os reservatórios na terra quanto no oceano tenham declinado em escala global", afirmaram os cientistas.

Eles explicam que desde 1959 cerca de 350 bilhões de toneladas de carbono foram emitidas pelos humanos, das quais calcula-se que 55% tenham passado da atmosfera para os sistemas terrestres e oceânicos. O problema, ponderam, continua sendo identificar os mecanismos e locais responsáveis pelo aumento na absorção.

Na semana passada, em um artigo publicado no periódico Nature Geoscience, cientistas revelaram alguns mistérios sobre como o dióxido de carbono é absorvido no oceano austral, o maior sumidouro de carbono dos oceanos, porém com processos extramente complexos envolvidos.

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