• 16 de dezembro de 2011
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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FAO pede maior eficiência na pecuária

Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura alerta que é preciso melhorar as técnicas de produção para atender o aumento do consumo causado pelo enriquecimento da população dos países em desenvolvimento

A saída de milhões de pessoas da pobreza é algo a ser comemorado, mas também representa um desafio para os governantes que devem se preocupar em como atender as necessidades desses cidadãos que começam a ter acesso a melhores condições de vida. É preciso, por exemplo, aumentar o fornecimento de energia, de transporte e é claro de comida.

O relatório mais recente da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), intitulado World Livestock 2011 (Pecuária Mundial 2011), afirma que o consumo de carne vai crescer 73% até 2050 e o de laticínios 58%.

Para atender essa demanda, a saída que está sendo desenvolvida ao redor do mundo é a da criação intensiva, o que para a FAO é um erro.

“Esse sistema causa diversos problemas ambientais como a poluição das águas e emissões de gases do efeito estufa, além de deixar os animais estressados e vulneráveis a doenças”, detalha o relatório.

A entidade divulgou em novembro que a produção global de carnes deverá aumentar apenas 1% em 2011, para 295 milhões de toneladas. Além disso, a carne chegou neste ano ao seu preço mais elevado em duas décadas devido ao aumento da demanda, problemas climáticos e doenças nos animais.

Segundo a FAO, as tecnologias existentes já permitem que o gado seja criado de uma forma mais saudável e não menos produtiva. É possível reduzir o desperdício de água e ração, por exemplo, e melhorar o ganho dos criadores sem necessariamente precisar aumentar o número de animais.

Também é viável a formação de cooperativas, o uso da reciclagem de produtos agroindustriais e o melhor aproveitamento dos resíduos para projetos de biomassa.

Desenvolvimento desigual

Desde 1967, a produção mundial da pecuária mais que dobrou em todos os setores. O fornecimento de carne de aves subiu 700%, a bovina 180%, suína 290% e o leite 180%.

Entretanto essa tendência não é uniforme em todos os países. A produção cresceu rapidamente nas nações mais ricas, na América Latina e no Sudeste Asiático, porém a África não acompanhou o mesmo ritmo.

Assim, determinadas regiões já sofrem com a falta de acesso à proteína animal.

A FAO destaca mais um símbolo da desigualdade ao afirmar que enquanto os africanos consomem apenas 17% das proteínas animais que seria recomendado, a Europa, a Oceania e as Américas estão consumindo carne em demasia, o que também traz riscos à saúde.

A entidade conclui que o problema não é somente “como produzir mais carne”, mas também como educar as pessoas a se alimentarem de uma forma mais racional e saudável.


Autor: Fabiano Ávila

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