• 18 de fevereiro de 2020
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Fórum global sobre cidades destaca necessidade de desenvolvimento urbano sustentável

Atualmente, as cidades são responsáveis por cerca de 70% das emissões de gases de efeito estufa e consomem 75% da energia e dos recursos do mundo.



À medida que a população humana continua crescendo e o planeta enfrenta graves ameaças por conta das mudanças climáticas, a necessidade de planejamento urbano sustentável torna-se evidente.



Leia reportagem do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).



www.ttw-clone.org



Foto: Flickr

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Se cidades como Nova Déli, Lagos, São Paulo e Tóquio parecerem povoadas hoje, imagine como estarão em 2050. As Nações Unidas preveem que até lá, duas em cada três pessoas, ou 2,5 bilhões, estarão vivendo em centros urbanos.



As cidades são polos de desenvolvimento cultural, científico e econômico, mas também nos lembram dos desafios ambientais e socioeconômicos que enfrentamos.



Hoje, as cidades são responsáveis ??por cerca de 70% das emissões de gases de efeito estufa e consomem 75% da energia e dos recursos do mundo.



À medida que a população humana continua crescendo e o planeta enfrenta graves ameaças por conta das mudanças climáticas, a necessidade de planejamento urbano sustentável torna-se evidente.



O décimo Fórum Urbano Mundial (WUF), o principal encontro internacional sobre urbanização sustentável estabelecido pelas Nações Unidas, destacou em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, a interseção entre cultura e inovação na resposta aos desafios urbanos emergentes.



“O meio ambiente é o fio condutor que conecta cultura e inovação; esse foi o tema do Fórum Urbano Mundial deste ano”, disse Martina Otto, chefe da Unidade de Cidades do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).



“Da mesma forma que abordar as mudanças climáticas deve se tornar parte das estratégias de conservação de nossos edifícios históricos, também devemos encontrar inspiração nos modos tradicionais, sejam técnicas de construção tradicionais ou de formas urbanas, para construir as cidades do futuro. Por meio da inovação, podemos criar caminhos para tornar nossas cidades neutras em carbono, eficientes no uso de recurso e resilientes ao clima.”



Vários funcionários do PNUMA participaram do WUF mostrando trabalhos e projetos em andamento. Um exemplo foi o lançamento do maior banco de dados sobre a qualidade do ar do mundo em tempo real. Outro projeto apresentado foi o kit de ferramentas Direito e Mudanças Climáticas.



O PNUMA e o Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT) têm uma cooperação de longa data na área de urbanização sustentável, implementada por meio de diferentes projetos, o mais recente deles é a Parceria Cidades Mais Verdes.



A missão conjunta reflete a visão do ONU-HABITAT de cidades compactas, integradas e conectadas, e o trabalho do PNUMA nas cidades tem como foco alcançar uma economia de descarbonização e desacoplamento ecológico.



Separadamente, o PNUMA apoia cidades em todo o mundo para tratar dos impactos climáticos e da integração do meio ambiente ao planejamento urbano de longo prazo em três áreas prioritárias: economia, adaptação baseada na natureza e ação pelo clima e pela poluição.



Dado que o recurso está vinculado ao desenvolvimento urbano, as cidades têm um papel primordial na transição de uma economia de tomar-usar-dispor para um modelo circular, onde materiais e produtos são mantidos em uso, preservando seu valor pelo maior tempo possível. Usando sua jurisdição, as cidades podem incorporar princípios de circularidade em suas decisões e políticas de planejamento.



Da mesma forma, o desenvolvimento urbano e a expansão, particularmente, são fatores determinantes para a perda de habitat, afetando os próprios ecossistemas dos quais dependem os moradores da cidade. Soluções baseadas na natureza, como manguezais, podem ser uma solução econômica para lidar com inundações e erosão costeira, além de melhorar a qualidade do ar.



Não é segredo que as cidades produzem muita poluição do ar e da água, afetando tanto sua habitabilidade quanto a saúde de seus cidadãos. Ao estabelecer licenças para atividades industriais e de construção, introduzir zonas de baixa emissão, mudar para produção de energia local e melhorar suas práticas de gerenciamento de água e esgoto, as cidades podem reduzir sua produção de poluição e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade de vida de seus moradores.


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