GOL realiza primeiro voo comercial com biocombustível no Brasil
Não se surpreenda se, em um futuro próximo, o combustível do seu voo for a ser produzido com bagaço da cana de açúcar, óleo de cozinha e de milho, além de outras substâncias residuais, em vez de combustíveis fósseis. Um avião da companhia aérea GOL realizou na quarta-feira, 23 de outubro, o primeiro voo comercial do Brasil com biocombustíveis, em um trajeto entre São Paulo e Brasília. A aeronave foi abastecida em 25% com biocombustível elaborado a partir do bagaço da cana de açúcar e óleos residuais.
A GOL já realizou um primeiro voo experimental em junho de 2012, durante a Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável), no Rio de Janeiro, acrescentou a companhia.
A autoridade de Aviação Civil confirmou à agência de notícias AFP que esse foi o primeiro voo comercial com biocombustíveis, já que antes algumas companhias aéreas como TAM e Azul, além da própria GOL, haviam realizado apenas voos experimentais sem passageiros.
O avião decolou por volta de meio-dia do aeroporto de Congonhas com destino a Brasília, uma viagem de pouco menos de duas horas e distância de aproximadamente 1.176 km.
“A GOL apoia todas as iniciativas que buscam soluções para tornar a aviação brasileira cada vez mais sustentável”, afirmou Paulo Kakinoff, presidente da GOL. Ao longo de 2013, com medidas para redução de consumo de combustível, a companhia informou ter deixado de emitir mais de 30 milhões de toneladas de gases causadores do efeito estufa.
Plataforma
Stakeholders da indústria de Aviação, autoridades do governo e instituições de pesquisa anunciaram na segunda-feira (22) a criação da Plataforma Brasileira de Biocombustível para aviação, um esforço nacional que visa estabelecer uma indústria de biocombustíveis sustentáveis no Brasil por meio de pesquisa e desenvolvimento de uma cadeia de produção de múltiplas matérias-primas em diversas regiões do país.
Se a Plataforma for bem sucedida, o Brasil, que já possui duas indústrias de biocombustível estabelecidas, pode ser o primeiro país a ter uma indústria sustentável de bicombustíveis para aviação que vai desde a produção da biomassa até sua utilização no voo.
A Plataforma está em linha com o intuito de seus stakeholders de atingir as metas do setor para redução da pegada ambiental da aviação comercial. Os objetivos incluem o crescimento neutro em carbono a partir de 2020 e uma redução de 50% nas emissões de carbono em 2050, com base nos níveis de 2005. Esse esforço também está alinhado com o Memorando de Entendimento entre o Brasil e os Estados Unidos de 2007 para promover a cooperação em biocombustíveis.
Com base na biodiversidade brasileira, disponibilidade territorial, clima e mão de obra, a Plataforma está tomando uma abordagem inicial de utilização de diversas cadeias de suprimento de matéria-prima, como: cana de açúcar, pinhão manso, camelina, óleo de cozinha usado, macaúba, algas, babaçu, sebo e muitas outras matérias-primas emergentes.