A Organização Internacional do Trabalho (OIT) pediu neste mês (14) que governos transformem a crescente “enxurrada tóxica de lixo eletrônico e elétrico” numa fonte de empregos decentes, por meio de mais investimentos em reciclagem e reaproveitamento. O mundo produz até 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico todos os anos, um volume avaliado em mais de 60 bilhões de dólares.
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) pediu neste mês (14) que governos transformem a crescente “enxurrada tóxica de lixo eletrônico e elétrico” numa fonte de empregos decentes, por meio de mais investimentos em reciclagem e reaproveitamento. O mundo produz até 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico todos os anos, um volume avaliado em mais de 60 bilhões de dólares.
Mas de acordo com a OIT, apenas 20% do lixo eletrônico é formalmente reciclado.
“Cada etapa do processo de reutilização, reciclagem, renovação e revenda”, no que diz respeito às tecnologias, “precisa ser analisada de maneira mais sistemática”, defendeu Nikhil Seth, presidente do Fórum de Diálogo Global da OIT sobre Trabalho Decente, na área de gestão de resíduos elétricos e eletrônicos.
Num encontro em Genebra, governos e organizações de trabalhadores e de empregadores chegaram a um acordo para pedir que países tentem, em todos os níveis, aumentar investimentos em sistemas e infraestruturas de gestão de resíduos. A resolução visa lidar com os “fluxos de lixo eletrônico que crescem rapidamente, de maneira que o trabalho decente (também) avance”.
Segundo a decisão, autoridades precisam reconhecer a necessidade de proteger pessoas que trabalham com resíduos eletrônicos tóxicos e perigosos. Esses materiais têm impacto negativo tanto nos indivíduos quanto no meio ambiente.
“Trabalhadores que lidam com lixo eletrônico não têm voz, não têm poder de barganha”, disse o vice-presidente dos trabalhadores junto à OIT, James Towers. O representante alertou que a mão-de-obra desse setor “está quebrando materiais perigosos com as mãos”.
“Estes trabalhadores não estão cientes dos muitos riscos associados à gestão de lixo eletrônico”, enfatizou Towers.
Esse tipo de resíduo tem se tornado um recurso cada vez mais importante para o setor de trabalho informal. Junto à cadeia de valor do lixo eletrônico, trabalhadores recuperam, renovam, dão outro propósito e reciclam equipamentos eletrônicos e elétricos.
“Há uma grande oportunidade de negócios no setor de lixo eletrônico”, ressaltou o vice-presidente dos empregadores, Patrick Van den Bossche.
“Precisamos aumentar nossos esforços para criar empregos decentes e sustentáveis, nutrir um ambiente que permita empresas sustentáveis, oferecer novos produtos e novos serviços e agregar valor através do fortalecimento da economia circular”, afirmou.
O vice-presidente para os governos, Aniefiok Etim Essah, falou sobre como o lixo eletrônico está alterando seu país, a Nigéria, assim como outras nações africanas. Para o dirigente, o fenômeno pode ser transformado em algo positivo.
“Nossa juventude possui a criatividade e o potencial para aprender habilidades para gerir o lixo eletrônico, dando-nos a oportunidade de aumentar as taxas de emprego entre jovens.”
A OIT é membro da Coalizão de Lixo Eletrônico da ONU, formada para aumentar a colaboração, construir parcerias e fornecer apoio aos países de forma mais eficaz, a fim de melhorar a gestão desses resíduos.