Aumento gradual da temperatura do planeta reduziu a camada de gelo do Ártico em 24,3% e acrescentou energia a furacões como Irma e Maria, tornando-os mais destrutivos
A Agência Americana de Oceanos e Atmosfera, a NOAA, acaba de divulgar os dados sobre a temperatura do mês passado: terceiro agosto mais quente da história, superado apenas pelos dois últimos anos. O trimestre que inclui junho, julho e agosto segue a mesma tendência: terceira maior média da série histórica, menor apenas que 2015 e 2016. Nesse ritmo de aquecimento, segundo a NOAA, 2017 pode vir a ser o segundo ano mais quente da história, mesmo sem a presença de fenômenos climáticos como o El Niño.
Em números absolutos, a temperatura global da superfície da Terra e do oceano foi 0,83°C acima da média do século XX, de 15,6°C; e atrás apenas de 2016 (0,9°C) e 2015 (0,88°C). Se isolarmos apenas a temperatura da superfície da Terra, o ganho foi de 1,17°C em relação à média do século XX, de 13,8°C; o que significa a segunda maior temperatura global de um agosto desde que os registros começaram em 1880, superada apenas por agosto do ano passado.
Regionalmente, cinco dos seis continentes tiveram aumento da temperatura em agosto, com a África liderando o ranking, registrando a segunda maior temperatura para agosto desde 1910 e a América do Sul, a Ásia e a Europa registrando o terceiro agosto mais quente. A NOAA também monitorou a camada de gelo no mar do Ártico, 24,3% abaixo da média de 1981-2010 para o mês de agosto.
Furacões como o Irma, que atingiu o Caribe e a costa leste dos EUA, podem se tornar ainda mais intensos com o aumento da temperatura na superfície dos oceanos. Nos próximos dias, o furacão Maria, segunda grande tempestade a atingir o Caribe apenas neste mês, deve acrescentar novos estragos às Ilhas Virgens e a Porto Rico.