• 29 de setembro de 2021
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Mudanças climáticas preocupam Ilhas do Pacifico e Caribe

Líderes de Estados insulares no Pacífico e Caribe clamaram por mudanças nas ações climáticas durante a Assembleia Geral das Nações Unidas.

Constantes alterações e fenômenos climáticos, como furacões, tufões, tempestades, aumento do nível do mar e muitas outras ameaças climáticas que assolam os países, é resultado da má gestão climática no mundo. 

Países insulares possuem pouca participação nas emissões de gases de efeito estufa, entretanto são constante e plenamente ameaçados pela falta de compromisso climático no cenário internacional. 

Por esses motivos, as nações insulares clamaram por apoio ao Acordo de Paris, maior compromisso da comunidade internacional com ações climáticas e dedicação, financiamento e responsabilidade de grandes países e economias durante a próxima Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP26).






  • Mudanças Climáticas (COP26).









O arquipélago de Tuvalu, no Pacífico SulLegenda: O arquipélago de Tuvalu, no Pacífico Sul, é altamente suscetível a elevações do nível do mar causadas pelas mudanças climáticasFoto: © Aurélia Rusek/PNUD Tuvalu


 


Durante o debate de alto-nível da Assembleia Geral da ONU, no sábado (25), chefes de Estado e de governo das Ilhas do Pacífico destacaram a necessidade de solidariedade global, compromisso e ação para enfrentar as mudanças climáticas que ameaçam o desenvolvimento sustentável. Em consonância, líderes de nações de Ilhas Caribenhas, temerosos por suas populações devido à elevação do mar e às tempestades, pediram uma ação ousada para enfrentar o aquecimento global e maior compromisso na 26ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP26).Uma série de ameaças climáticas - Em março de 2020, o ciclone tropical Harold atingiu Vanuatu, Estado insular no pacífico, causando extensa devastação no arquipélago antes de atingir outros países que são ilhas, como as Ilhas Salomão, Fiji e Tonga.  A última, Tonga, é classificada como o segundo país em maior risco do mundo quando se trata de desastres naturais como ciclones, inundações e aumento do nível do mar.  Nas Bahamas a situação não é diferente, dois anos atrás, as ilhas que compõem o país foram devastadas pelo furacão Dorian, uma das tempestades mais fortes já registradas no Atlântico. Enquanto se recupera, a situação do país é agravada pela COVID-19. Embora seja um desafio comum no mundo, a pandemia se torna um desafio a mais para os países que sofreram com recentes desastres naturais, como é o caso de algumas Ilhas do Pacífico mencionadas anteriormente e países insulares caribenhas. 






Portanto, cumprir as metas do Acordo de Paris sobre mudanças climáticas, que visa limitar o aumento da temperatura global em 1,5 ºC, deve ser uma prioridade. Embora a contribuição destes países insulares para as emissões de gases de efeito estufa seja mínima e quase insignificante, suas existências são constante e completamente ameaçadas pela falta de compromisso com ações climáticas no cenário internacional.



“Se os países falharem em reduzir as emissões de gases de efeito estufa, apresentando um cenário de altas emissões, é altamente provável que isso resulte em um aumento médio do nível do mar cinco vezes maior do que em baixas emissões. Esta não é uma opção especificamente para Tonga e pequenos Estados insulares de baixa altitude no Pacífico e no resto do mundo”, alertou o primeiro-ministro de Tonga, Pohiva Tu'i'onetoa, na Assembleia Geral.





Vista aérea dos danos causados ??pelo furacão Irma em Antígua e Barbuda (2017)Legenda: Vista aérea dos danos causados ??pelo furacão Irma em Antígua e Barbuda (2017)Foto: © Rick Bajornas/UN Photo




O último relatório do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC), mostrou que as emissões globais de gases de efeito estufa devem ser reduzidas à metade na próxima década e chegar a zero emissões até metade do século para que promessa de 1,5º do acordo de Paris permaneça ao alcance. O primeiro-ministro da ilha caribenha de Santa Lúcia, Philip Joseph Pierre, destacou que o custo de enfrentar esses desafios com resiliência climática está “muito além” do alcance financeiro de pequenas ilhas, e apelou por contribuições para os esforços de recuperação e para todas as nações pagarem seus compromissos com os Fundos de Adaptação e Mitigação.



COP26 - Para os países insulares a próxima Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP26), que acontecerá de 31 de outubro a 12 de novembro na cidade escocesa de Glasgow, é essencial e deve cumprir seu verdadeiro propósito.



Fiame Naomi Mataafa, representante de Samoa, disse que, para as comunidades do Pacífico, o verdadeiro desafio não é obter mais evidências científicas sobre mudanças climáticas, e sim definir novos alvos globais e mais debates em busca de soluções.



“É uma questão de ação para a sobrevivência, e todos nós precisamos assumir nossas responsabilidades e fazer nossa parte”, alertou enfática, também reforçando a necessidade de compromisso de grandes países e economias com ações climáticas, principalmente na COP26 que se aproxima: “Os grandes poluidores e emissores precisam demonstrar mais compromisso e liderança”.



“A próxima COP em Glasgow é o nosso ponto sem volta. Nossos compromissos a partir daí determinarão a trajetória futura de nosso planeta. Podemos evitar uma catástrofe climática na vida de nossos filhos?”, indagou a primeira-ministra de Samoa.



O primeiro-ministro das Bahamas, Phillip Edward Davis, também reforçou a importância da Conferência, clamando por “uma mudança grande e radical”, instando os Estados a aumentarem suas ambições e assumirem compromissos reais para reduzir as emissões na COP26 em Glasgow. “Não queremos que a conferência seja como as 25 anteriores”, disse ele, pedindo aos Estados que não concordem com “as mesmas promessas que não serão cumpridas”.



A COP26 apresenta uma oportunidade para operacionalizar o Acordo de Paris e continuar as negociações sobre o 'livro de regras' de Paris, como as regras e procedimentos detalhados para a implementação do Acordo são informalmente conhecidos. Elas foram adotadas em 2018 na COP24 realizada em Katowice, na Polônia.



A comunidade internacional deve agora considerar soluções para proteger os direitos das pessoas afetadas pelos impactos das mudanças climáticas e para evitar respostas caóticas ao deslocamento em massa descontrolado do clima.


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