• 01 de novembro de 2011
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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O mercado de carbono entre 25 de outubro e 1 de novembro

O mercado europeu de carbono se estabilizou na semana passada, com as permissões de emissão (EUAs) em alta de menos de 1% alcançando € 10,42 nos contratos para dezembro de 2011.

As Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) para mesma data subiram 1,3% ficando em € 7,03 na sexta-feira.

O pacote de regate da economia européia apresentado na quarta-feira parece ter amenizado os temores de recessão global e o carbono segurou firme.

“Podemos esperar maior consolidação no carbono e possivelmente uma recuperação nas próximas semanas, mas não é bom nos empolgar muito no longo prazo dada oferta em demasia e ausência de um substituto para o Protocolo de Quioto”, comentou Nigel Brunel da OMFinancial.

Com a queda dos preços do carbono, já era de se esperar que as empresas do setor apresentassem números negativos.

Na segunda-feira a empresa britânica Trading Emissions divulgou dados de mais um ano de perdas nos lucros (baixa de 40% nas ações ao longo do ano) após a confirmação há três semanas de que seu presidente e três dos cinco diretores restantes deixaram o cargo, segundo o Financial Times.


Participantes dos mercados estão usando todas as suas armas para pressionar tomadores de decisão de seus países a concordar sobre medidas que dariam sinais positivos para a continuação do MDL e fortalecimento dos esquemas compulsórios após 2012.

“Os negociadores deveriam estar preocupados com os preços baixos históricos do carbono ao passo que reflete, em certo grau, a falta de confiança no comprometimento de longo prazo com as metas existentes de redução das emissões, assim como contínuas incertezas em relação ao acordo internacional”, lamentou Jose Tumkaya, chefe de operações da desenvolvedora de projetos EcoSecurities.

No geral, a expectativa é que o mercado continue apesar das esperanças reduzidas que os esclarecimentos tão clamados pelo setor sejam oferecidos em Durban.

Até mesmo o Comitê Executivo do MDL demonstrou preocupação que “atualmente há um risco considerável de perda do engajamento do setor privado e do ímpeto na mitigação das mudanças climáticas, algo que o MDL tem sido vital”, disse o comitê na minuta de um relatório anual.

No mínimo uma preocupação a menos no conturbado mercado europeu, as medidas de segurança adotadas pelos registros de emissões na União Européia parecem estar surtindo efeito.

A Espanha decidiu fechar seu registro após detectar duas transferências não autorizadas de créditos de emissões. Esta é a segunda vez que um episódio como este acontece este ano, porém em ambas as transferências foram bloqueadas.

As negociações a vista de créditos de carbono estão suspensas temporariamente e o registro será reaberto “quando informações suficientes sobre o incidente forem coletadas e as condições para o nível máximo de segurança forem determinadas”, comentou a porta-voz do ministério do Meio Ambiente espanhol à Point Carbon News.

Algumas medidas de segurança acordadas pelos países membros da UE em junho, adicionais a ações assumidas pelas bolsas, devem entrar em vigor no mês que vem e outras em 2012, quando a plataforma comum para todos países estiver operacional.

Nova Zelândia

O valor dos créditos de carbono neo-zelandeses, as NZUs, tem apresentado um Premium em relação às RCEs, o que surpreendeu alguns participantes do mercado. O volume de negociações das NZUs tem aumentado justamente pelas incertezas em torno das RCEs.

O governo neo-zelandês deve mudar os tipos e restringir a quantidade de RCEs que podem ser submetidas sob o esquema nacional e muitos compradores têm preferido diversificar o seu portfólio, o que justifica esta valorização, explica Brunel.

A OMFinancial espera que o premium das NZUS negociadas a vista (de cerca de NZ$1.65) sob as RCEs amplie ainda mais.




Empresas contempladas