• 28 de outubro de 2015
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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OMS classifica carne processada como alimento cancerígeno

O grupo de trabalho da Organização Mundial da Saúde, com 22 especialistas de 10 países, avaliou mais de 800 estudos em populações com diferentes dietas em todo o mundo. Uma das conclusões é de que 50 gramas diárias de carne processada aumentam o risco de câncer colorretal, por exemplo, em 18%.

O principal escritório de pesquisa sobre câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou resultados inéditos sobre o consumo humano de carne. Segundo a Agência Internacional para a Pesquisa sobre Câncer (IARC), vinculada à OMS, o consumo de carnes processadas – como linguiça, bacon, presunto, salsichas e molhos à base de carne – provocam câncer colorretal, enquanto carnes vermelhas – como carne de porco e cordeiro – é “provavelmente cancerígeno para humanos”.

“Tendo em vista o grande número de pessoas que consomem carne processada, o impacto global sobre a incidência de câncer é de importância para a saúde pública”, disse Kurt Straif, chefe do programa da IARC responsável pelas pesquisas.

Após revisão de literatura científica acumulada, um grupo de trabalho de 22 especialistas de 10 países reunidos pela IARC classificou a carne processada como “carcinogênico para humanos” com base em “provas suficientes em humanos” de que o consumo de carne processada provoca câncer colorretal.

A carne processada refere-se a toda carne que tenha sido transformada através da salga, secagem, fermentação, defumação ou outros processos que buscam realçar seu sabor ou melhorar sua preservação. Carnes mais processadas contêm carne suína ou bovina, mas carnes processadas também podem conter outras carnes vermelhas, aves e vísceras, entre outras.

A agência da OMS disse exemplos de carnes processadas incluem salsicha, presunto, linguiça, carne enlatada, carne de sol, carne seca e charque, além de molhos e outros produtos à base de carne.

Os especialistas concluíram que “cada porção de 50 gramas de carne processada ingerida diariamente aumenta o risco de câncer colorretal em 18%”, segundo um comunicado de imprensa emitido nesta segunda-feira (26).

A OMS também classificou o consumo de carne vermelha como “provavelmente cancerígeno para os humanos” com base em “evidências limitadas” de que o consumo de carne vermelha cause câncer em seres humanos. A carne vermelha refere-se a todos os tipos de carne de músculo de mamíferos, como carne bovina, vitela, porco, cordeiro, carneiro, cavalo e cabra.

A associação entre carne vermelha e câncer foi observada, principalmente, para o câncer colorretal, mas associações também foram observadas para câncer de pâncreas e câncer de próstata, disseram os especialistas.

“Estes resultados apoiam ainda mais as atuais recomendações de saúde pública para limitar a ingestão de carne”, disse o diretor da IARC, Christopher Wild.

“Ao mesmo tempo, a carne vermelha tem valor nutricional”, disse Christopher. “Portanto, esses resultados são importantes para permitir que os governos e as agências reguladoras internacionais realizem avaliações de risco, a fim de equilibrar os riscos e os benefícios de comer carne vermelha e carne processada e fornecer as melhores recomendações dietéticas possíveis.”

O Grupo de Trabalho da IARC considerou mais de 800 estudos que investigaram associações de mais de uma dúzia de tipos de câncer com o consumo de carne vermelha ou de carne processada em muitos países e populações com diferentes dietas.

A missão da IARC é coordenar e conduzir a investigação sobre as causas do câncer humano, os mecanismos da carcinogênese, além de desenvolver estratégias científicas para o controle do câncer.

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