Setor dos transportes dependente quase inteiramente de combustíveis fósseis
Temperaturas extremas causam estragos caros
Um dos exemplos são os custos de eventos causados por temperaturas extremas, registrados neste verão e durante os últimos anos. A falta de ação custa muito mais para a sociedade.
A secretária-executiva da Comissão Econômica para a Europa, Unece, afirma que a falta de ação é uma escolha política que levará a desafios ainda maiores no futuro. Olga Algayerova acredita que apenas ações imediatas e sustentadas podem descarbonizar a energia para evitar um desastre climático.
O relatório da ONU é um lembrete sombrio de que o aumento de investimento em combustíveis fósseis é uma ilusão a partir do momento em que tecnologias de baixo e zero carbono estão disponíveis.
A comissão da ONU afirma que os governos precisam abraçar as políticas de apoio à neutralidade em carbono criando formas de financiar uma transição justa para sistemas energéticos neutros em carbono.
Atualmente, mais de 80% do mix de energia primária em países cobertos pela Unece é baseado em combustíveis fósseis. Os modelos climáticos indicam que as ações nacionais, no momento, e os alvos internacionais do Acordo e Paris e da COP26 falham na neutralidade em carbono e na meta de manter a temperatura global em até 2ºCelsius.
O relatório indica que para alcançar a neutralidade será preciso:
Diversificar o fornecimento de energia primária e final com todas as tecnologias de baixo e zero carbono.
Acelerar a eliminação gradual de combustíveis fósseis.
Aumentar a eletrificação de todos os setores com foco na energia renovável e na energia nuclear. Novas formas de armazenamento de energia (elétrico, mecânico, térmico e químico) precisarão de ser desenvolvidas para reduzir a necessidade de backup energético.
Construir a capacidade para apoiar a inovação generalizada de tecnologias de baixo e zero carbono incluindo sequestro de carbono, uso e armazenamento, Ccus, hidrogênio e energia nuclear avançada.
Ainda que as abordagens sejam diferentes no nível sub-regional na Europa, o relatório aponta políticas específicas para os governos. O documento também pede o aumento da transferência de tecnologia e a mobilização da capacidade institucional para planejar de dirigir sistemas de energia transformadores. Essas ações podem apoiar a adoção dessas medidas por todos os interessados para formar sistemas seguros e acessíveis neutros em carbono.
Os países devem também levar em conta o impacto comparativo das tecnologias. O relatório lembra que uma cooperação internacional coordenada é essencial para alcançar a neutralidade em carbono. A agência da ONU fornece uma plataforma para esses novos padrões regras e normas de um estilo de vida que integre essas mudanças em parcerias público-privadas.
Nesta semana, o Palácio das Nações, sede da ONU em Genebra, abriga a Semana da Energia Sustentável que conta com representantes dos 56 países da Unece. O evento debate a formação de sistemas mais limpos de energia.
Os organizadores lembram que a Covid-19 foi apenas uma de uma série de crises enfrentadas pela região europeia o que se traduz em desafios e expõe as vulnerabilidades dos sistemas energéticos.