• 18 de março de 2024
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Oslo, capital da Noruega, está a caminho de se tornar a primeira capital do mundo com um sistema de transporte público totalmente elétrico .

Por Amanda Carolina Tostes


Nós estamos mais perto de 2030 do que dos anos 2000. Em 20 anos, nós vimos a popularização da internet, a evolução dos smartphones, a criação dos carros autônomos e muito mais. Dentro de tudo o que aconteceu durante todo esse tempo, nós também passamos a falar muito mais sobre a nossa responsabilidade com relação à sustentabilidade e passamos a cobrar medidas sustentáveis de grandes empresas e dos lugares onde vivemos, seja nosso país, nossa cidade ou até mesmo dentro do prédio onde moramos.


Muita coisa pode acontecer em 10 anos, mas as ações para a mudança precisam acontecer agora. E, quando o assunto é sustentabilidade, não se trata apenas de proteger nossas florestas, nossa fauna e nossos oceanos. As grandes cidades também possuem um importante papel nessa questão, para termos um futuro mais sustentável, as emissões de carbono do planeta precisam diminuir.


E já existem cidades ao redor do mundo fazendo planos e tomando decisões direcionadas para esse futuro. Conhecer Oslo, capital da Noruega, é o sonho de muitos pelos países nórdicos.  A cidade é moderna, apesar de ter sido fundada há centenas de anos, com muitas paisagens deslumbrantes e monumentos antigos, museus incríveis, principalmente para quem se interessa pelas antigas civilizações da região, como os vikings. Eram chamados de “bárbaros” na época das grandes invasões na Europa, sobretudo na Inglaterra e França, um país simplesmente fascinante.


O significado do nome Oslo tem uma simbologia forte, a sua origem é nórdica e significa “a colina dos deuses”. Hoje em dia, também é conhecida como “a cidade dos tigres” por causa do clima frio rigoroso. O seu significado combina perfeitamente com a beleza das suas paisagens e suas imponentes montanhas cobertas de neve.  É perfeitamente compreensível a admiração que muitas pessoas têm pela Noruega. 


O país tem paisagens impressionantes que parecem verdadeiras pinturas, lagos de degelo com águas profundamente azuis, montanhas majestosas e um enorme litoral, cheio de ilhas.


Além das políticas públicas norueguesas, que garantem um incrível nível de organização social, com transporte público de ótima qualidade, excelente infraestrutura e altíssimo nível educacional.


O país que tem como capital a cidade de Oslo, é a Noruega, que faz divisa com a Finlândia e Suécia e encontra-se bem próxima da Dinamarca, ao sul. São os famosos países escandinavos.


A Noruega é conhecida por seu litoral montanhoso, repleto de fiordes profundos, geleiras e principalmente por ser uma das cidades mais sustentáveis ??do mundo.


Oslo, capital da Noruega, é o exemplo que trazemos hoje. A ideia é que, até 2030, Oslo tenha reduzido as emissões de gases de efeito estufa em 95% (em comparação com 2009) um índice que, segundo a gestão pública, é o necessário para que a cidade cumpra as metas climáticas mundiais.


O transporte é responsável por metade das emissões de carbono da cidade e uma parte dessa nova estratégia consiste em incentivar a caminhada, o uso de bicicletas e o uso do transporte público, ao invés do uso do carro. Uma das soluções para isso é a inserção de um pedágio na entrada da cidade, que irá fazer com que a cidade tenha mais dinheiro para investir em novos projetos. Segundo Hilde Solli, consultora sênior da agência climática de Oslo, a ideia é fazer com que transitar pela cidade usando o transporte público seja mais “atrativo” e mais barato, financiando parte dessas ações com dinheiro público e também através da arrecadação do pedágio.


Atualmente, Oslo possui dezenas de ônibus elétricos e essa mudança também está sendo implementada nas balsas. O objetivo é fazer com que, até 2028, todo o transporte público da cidade opere com zero emissão de gases de efeito estufa.


Até 2030, todos os carros que quiserem transitar por Oslo deverão ser elétricos. Hoje, quase um quarto dos carros que entram na cidade são elétricos e 60% dos carros vendidos na região também, com vendas impulsionadas por políticas como isenção nacional de impostos e tarifas de estacionamento mais baratas dentro de Oslo. No Porto de Oslo – que agora pretende ser o primeiro porto do mundo com emissões zero – os navios poderão se conectar e funcionar a partir de eletricidade enquanto permanecem na costa.


Além do importante papel da inovação na área de transportes, a construção também é um ponto de atenção. Oslo está trabalhando com a indústria da construção civil com foco na mudança de equipamentos a diesel para elétricos. Segundo Hilde Solli, projetos de construções municipais representam 20% do mercado da construção civil de Oslo. Agora, a cidade possui critérios de licitação para todos os projetos municipais, que priorizam o uso de equipamentos de construção com emissão zero. Para Hilde, dar esse tipo de incentivo a cerca de 20% do mercado contribuirá com a mudança nos outros 80%. Oslo também fazendo parcerias com outras cidades para gerar demanda por novos equipamentos de construção com emissão zero.


Agora, as construções deverão ser mais eficientes e funcionar a partir de energia local, com a instalação de painéis solares nos telhados e terraços, gerando aquecimento a partir de fontes como o sistema de esgoto local e melhor gerenciamento do lixo. Além de tomar decisões a respeito das emissões de carbono feitas dentro de Oslo, também é importante lidar com as emissões existentes na cadeia de produção dos produtos que chegam até a cidade. Quando a gestão pública de Oslo adquire produtos de fora, a pegada de carbono desses itens é levada em conta. E, agora, os cidadãos também estão sendo educados a respeito do consumo consciente – a cidade, inclusive, tem medidas que facilitam e incentivam o compartilhamento, a reutilização e reparos.


Já com relação à natureza, entre os planos da cidade está a proteção aos pântanos e florestas que cercam Oslo e garantir a capacidade da natureza de armazenar CO2. Medidas para fazer com que a cidade seja mais resistente aos efeitos das mudanças climáticas também já estão sendo implementadas, como telhados e espaços verdes, que podem ajudar na absorção da chuva nas tempestades torrenciais – que estão se tornando mais comuns na região.


O primeiro ponto essencial é entender que a cidade não se tornou a capital verde da Europa da noite para o dia. O resultado veio após anos de esforços e políticas públicas focados nesse propósito. Desde 2016, a cidade tem um orçamento para o clima. A ferramenta permitia ao município acompanhar a emissão de gás carbônico como se fosse o dinheiro da cidade. O processo orçamentário estabelece exatamente o que deve ser feito, quando, por quem e quanto custará. Ele traz especificidade para um objetivo abrangente. Isso porque, ao tratar as emissões como um budget, a cidade é obrigada a medir o quanto cada setor gasta. Ao entender esse ponto, é possível propor medidas para atingir a meta.


O “climate budget” foi apenas o primeiro passo. O que se seguiu a ele foi uma série de incentivos, positivos ou negativos para o estímulo de ações sustentáveis por parte da população e das empresas.  Carros elétricos ganharam descontos, enquanto veículos que utilizam combustíveis fósseis foram ficando cada vez mais taxados e, consequentemente, mais caros. As tarifas de estacionamento para carros a gasolina e diesel ficaram mais altas, o que acabou liberando espaços nos estacionamentos, que o município substituiu por vagas para bicicletas, bancos, praças e parques. E isso ainda não foi o bastante: a cidade vai criar uma “zona livre de emissões”, onde carros não elétricos serão proibidos. 


O mesmo padrão está se desenvolvendo na construção – máquinas de emissão zero serão obrigatórias para obras encomendadas para a cidade até 2025 e no aquecimento doméstico: após vários anos de uso de subsídios para incentivar as pessoas a substituírem seus aquecedores a óleo, a cidade baniu-os completamente em 2020.


A cidade também é um dos maiores pontos de venda de veículos elétricos, quase 83% das vendas de novos automóveis foram de carros elétricos. O incentivo à eletrificação da frota vai além dos carros e chega ao transporte público: a mudança começou em 2018, contando com o apoio de empresas como a Volvo. A transição está indo tão bem, que a frota de ônibus da cidade é elétrica desde 2023, cinco anos antes da meta, que era 2028.


Além disso, Oslo restaurou as hidrovias e reabriu três quilômetros de córregos e rios para o uso de barcos, que, até então, estavam fechados para a construção de rodovias. Assim, torna-se o meio de transporte mais acessível ao público, incentivando o uso de transportes mais verdes, facilitando a recuperação de ambientes degradados e ajudando na gestão eficiente da água da chuva. As ações de infraestrutura não seriam tão efetivas se a prefeitura de Oslo não olhasse também para as empresas. A cidade gasta US$ 3 bilhões por ano em serviços e produtos. Para seguir o orçamento climático, usa esse dinheiro em negócios que agem para reduzir emissões. 


Empresas privadas que prestam serviços de transporte a serralheria são mais propensas a ganharem contratos com a prefeitura se usarem veículos elétricos. Assim como os fornecedores de alimentos para escolas, que ganham “incentivos”, caso optem por seguir pela produção orgânica. 


As florestas tropicais são um dos maiores depósitos de carbono a nível mundial. Dão sustento a milhões de pessoas e são o habitat de mais de metade das espécies vegetais e animais do mundo. A Noruega canaliza grandes fundos de ajuda ao esforço internacional para a redução de emissões por desflorestação e degradação florestal.


O Acordo de Paris entrou em vigor em novembro de 2016. Este é o primeiro acordo global que obriga todos os países a definirem objetivos climáticos mais ambiciosos e a reduzirem as emissões. A Noruega participou no primeiro grupo de países que ratificaram o acordo. O Acordo de Paris dá?nos esperança que o mundo se una para travar as alterações climáticas perigosas. Tendo em vista as alterações climáticas e a degradação ambiental estão entre os maiores e os mais dramáticos desafios que o mundo enfrenta. Muitos países já notam as consequências das mudanças climáticas.


De fato, não podemos negar que Oslo já possui uma série de vantagens por ser uma cidade da Noruega. O país, que constantemente é listado como um dos países mais felizes do mundo, já funciona a partir de energia renovável. Mas, ainda assim, é preciso fazer mudanças radicais em várias áreas para que Oslo alcance seu objetivo.


Conhecer Oslo, capital da Noruega, é o sonho de muitos pelos países nórdicos.  A cidade é moderna, apesar de ter sido fundada há centenas de anos, com muitas paisagens deslumbrantes e monumentos antigos, museus incríveis, principalmente para quem se interessa pelas antigas civilizações da região, como os vikings. Eram chamados de “bárbaros” na época das grandes invasões na Europa, sobretudo na Inglaterra e França, um país simplesmente fascinante.


O país tem paisagens impressionantes que parecem verdadeiras pinturas, lagos de degelo com águas profundamente azuis, montanhas majestosas e um enorme litoral, cheio de ilhas, são os famosos países escandinavos. Além das políticas públicas norueguesas, que garantem um incrível nível de organização social, com transporte público de ótima qualidade, excelente infraestrutura e altíssimo nível educacional. O país que tem como capital a cidade de Oslo, é a Noruega, que faz divisa com a Finlândia e Suécia e encontra-se bem próxima da Dinamarca, ao sul. Em 2024, as cidades estão na vanguarda deste movimento global, à medida que o mundo enfrenta a necessidade urgente de sustentabilidade. Os centros urbanos estão a tornar-se centros de inovação, implementando estratégias inovadoras para combater mudança climática, reduzir o desperdício e melhorar a qualidade de vida geral dos seus habitantes. À medida que persistem os desafios da rápida urbanização e da degradação ambiental, está a emergir um novo grupo de cidades sustentáveis.


E, diante do exemplo de Oslo, gestores públicos e cidadãos do mundo todo precisam se perguntar: o que estamos fazendo agora – seja em nossa comunidade, em nossa cidade ou em nosso país – irá gerar resultados positivos ou negativos nos próximos 10 anos? 2030 está mais próximo do que podemos imaginar.

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