• 21 de setembro de 2018
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Perda de alimentos deixa países em alerta

Um terço dos alimentos produzidos para consumo humano são perdidos ou desperdiçados globalmente, o que equivale a cerca de 1,3 bilhão de toneladas por ano. O dado da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) foi destacado pelo ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, na abertura do Seminário Internacional União Europeia – Brasil Perdas e Desperdício de Alimentos em Cadeias Agroalimentares: Oportunidades para Políticas Públicas. O evento, promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), foi realizado nesta quinta-feira, em Brasília-DF.



Na ocasião, a Embrapa divulgou dados de pesquisa inédita sobre hábitos de consumo de alimentos e desperdício em famílias. Segundo o estudo, as famílias brasileiras desperdiçam, em média, 353 gramas de comida por dia ou 128,8 Kg por ano. O alimento mais desperdiçado é o arroz (22%), seguido do feijão (16%) e do frango (15%). 

 

De acordo com Edson Duarte, é necessário ampliar a compreensão e fortalecer a ação de todos os setores da sociedade com relação ao desperdício de alimentos, principalmente os ligados à produção agrícola, indústria alimentícia, comércio e varejo. “Necessitamos, também, de pesquisa e inovação e, ainda, de chamar os consumidores para uma parceria no sentido de reduzir perdas e desperdícios de alimentos em toda a cadeia produtiva e de consumo, o que vai ajudar a reduzir problemas que causam impactos ambientais, econômicos, sociais, de segurança alimentar e, cujas soluções podem representar ganhos significativos ao país”, disse.

 

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS

 

Diante da crescente demanda mundial por alimentos, aliada a questões como a mudança do clima e a escassez de recursos naturais, o ministro Edson Duarte acredita que o desafio é compatibilizar a produção de alimentos com a preservação ambiental. “O tema é muito importante para o Brasil. O país tem entre 50 e 60 milhões de hectares de área degradada que, se recuperadas, podem abrigar o aumento da produção sem a necessidade de abertura de novas áreas”, destacou. Ele adiantou que estratégias nesse sentido estão sendo articuladas pelo MMA, MAPA e a própria Embrapa. 

 

O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, afirmou que os debates do seminário vão ajudar na superação de “um passivo muito grave da sociedade moderna”. Para ele, há um defeito no desenho do atual sistema agroalimentar que supervaloriza a forma e a aparência dos alimentos em detrimento de sua qualidade nutricional. “Temos o desafio de repensá-lo”, afirmou. 

 

Para além do alimento, Lopes lembrou que o desperdício inclui outras variáveis do ponto de vista ambiental, como insumos, energia, mão-de-obra e o aumento da emissão de gás carbônico na atmosfera. 

A abertura do seminário contou com a presença do embaixador da União Europeia no Brasil, João Gomes Cravinho, da secretária nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), Lilian Rahal, e do coordenador do Programa Agricultura e Alimentos da WWF-Brasil, Edegar de Oliveira Rosa.



 


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