Pesquisa: 75% dos consumidores conhecem o termo biodiversidade
União pelo Biocomércio Ético aponta uma crescente conscientização mundial com relação ao meio ambiente, sendo que no Brasil o índice de pessoas que já ouviram falar em biodiversidade chegaria a 96%
Já faz algum tempo que empresas estão percebendo que a fatia de consumidores que levam em conta questões ambientais quando fazem suas compras está ficando significante. Certificações, padrões de qualidade e garantia de origem de matéria-prima, tudo isso está passando a ter uma maior importância para o mundo dos negócios. Confirmando essa tendência, o Barômetro da Biodiversidade 2013, divulgado nesta semana, apresenta um crescimento da conscientização ambiental em 11 países.
O Barômetro foi criado em 2009 pela União pelo Biocomércio Ético (UEBT), uma associação sem fins lucrativos formada por diversas empresas e entidades, entre elas o IMAFLORA e a Natura. Em 2013, a pesquisa entrevistou mil pessoas do Brasil, China, Alemanha, França, Peru, Suíça, Reino Unido, Japão, Índia, Coreia do Sul e Estados Unidos, e apontou que 75% dos consumidores já ouviram falar sobre biodiversidade, enquanto 48% deram uma definição correta dela.
“O Barômetro da Biodiversidade é uma importante fonte de dados sobre as tendências globais de informação sobre a biodiversidade. Os resultados não só mostram uma crescente conscientização, mas também que o respeito à biodiversidade gera grandes oportunidades de negócios”, afirmou Bráulio Ferreira de Souza Dias, Secretário Executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica da ONU (CBD).
No Brasil, 96% dos entrevistados já tinham ouvido falar de biodiversidade, o maior índice entre os países pesquisados. Desse total, 51% deram a definição correta e 25%, uma definição parcial. Os brasileiros disseram que aprendem sobre a biodiversidade em documentários, na escola e pela publicidade.
A China também aparece com destaque, com um índice de conscientização de 94%, sendo que 64% dos consumidores chineses definiram corretamente o que biodiversidade significa.
“Os resultados não são surpresa. Nos últimos anos, o governo e as organizações da sociedade civil na China realizaram diversas ações para informar sobre questões ligadas à biodiversidade”, relata Zhang Wenguo, Ministro da Proteção Ambiental da China.
No geral, os jovens são os mais inteirados sobre biodiversidade (80% estão familiarizados), assim como as pessoas de maior renda e maior escolaridade. A mídia tradicional segue como principal fonte de informações: 51% dos respondentes afirmaram que aprenderam sobre biodiversidade com a televisão; e 33%, nos jornais e revistas.
Considerando os cinco anos de existência do Barômetro, 67% dos 11 mil consumidores entrevistados já ouviram falar em biodiversidade. Além disso, 80% dizem querer saber mais sobre como as companhias adquirem seus ingredientes.
Nesse período, a pesquisa também acompanhou o aumento dos relatórios empresariais sobre biodiversidade. Entre as 100 maiores companhias de cosméticos, apenas 13% mencionavam o tema em seus documentos em 2009; hoje são 32%.
“Atualmente 32 das 100 empresas líderes mundiais no setor de beleza incluem a biodiversidade nas suas ferramentas de comunicação corporativa como sites e relatórios de sustentabilidade. O índice é consideravelmente maior do que era em 2009, mas ainda bem abaixo do que encontramos entre as 100 maiores companhias do ramo de alimentação”, afirma Rik Kutscg Lojenga, Diretor Executivo da UEBT.
Entre as companhias de alimentação, 91% mencionam o desenvolvimento sustentável em seus relatórios anuais, sendo que 53% se referem à biodiversidade e 31% abordam os impactos ambientais da cadeia de fornecedores.
A pesquisa também perguntou aos entrevistados quais as três marcas que eles associam mais ao respeito à biodiversidade. No Brasil, as empresas mais citadas foram: Natura, Avon e O Boticário.
O Barômetro da Biodiversidade 2013 pode ser conseguido pelo site da União pelo Biocomércio Ético.