• 24 de fevereiro de 2012
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Pesquisa aponta que 84% dos brasileiros são contra investir em energia nuclear

70% dos brasileiros acreditam que a geração de energia através de combustíveis fósseis poderá ser substituída completamente por fontes renováveis, como solar e eólica, em um prazo de 20 anos.

Embora o governo brasileiro defenda a produção de energia nuclear para suprir as necessidades do setor elétrico, tanto que a usina de Angra 3 deverá entrar em operação entre o final de 2015 e o início de 2016, a maioria da população brasileira é contrária a investimentos nesse setor, conforme revelou pesquisa realizada pelo instituto Market Analysis, especializado em sustentabilidade.

Nem o fato de que a energia gerada pelas usinas nucleares Angra 1 e 2 atingiu recorde histórico em 2011, ao somar 15,644 milhões de megawatts-hora (MWh), segundo dados da Eletronuclear, foi capaz de influenciar 84% dos entrevistados, contrários a investimentos no setor. Outros 44% defendem a utilização dos empreendimentos já existentes, enquanto 35% preferem que eles parem de funcionar.

A pesquisa, realizada entre julho e agosto de 2011, ouviu 806 pessoas no Brasil, de 18 a 69 anos, em nove capitais: Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. O levantamento revela que a opinião dos brasileiros diverge da opinião média percebida nos demais países pesquisados - o estudo foi realizado em outros 12 países através de uma parceria com a rede Globescan. No exterior, 30% das pessoas acreditam que as usinas devem parar de operar e 22% apoiam investimentos na área.

Outro dado relevante destaca que 70% dos brasileiros acreditam que a geração de energia através de combustíveis fósseis poderá ser substituída completamente por fontes renováveis, como solar e eólica, em um prazo de 20 anos.

Matéria publicada pelo EcoD em 12 de janeiro deste ano reportou a projeção da Eletronuclear em relação a 2012. “A expectativa é boa porque Angra 1 não deve parar para reabastecimento, porque parou em outubro [de 2011]. Em segundo lugar, porque o ONS vem gradativamente solicitando mais e mais a participação das [usinas] nucleares como complementação das usinas hidráulicas”, estimou à época Pedro Figueiredo, diretor de operação e comercialização da Eletronuclear.

No momento, as duas usinas (Angra 1 e 2) estão operando a 100% de sua capacidade. De acordo com informação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a energia nuclear foi a segunda maior fonte de geração de eletricidade no Brasil, em 2011, respondendo por 3,17% da matriz elétrica nacional. A primeira fonte geradora foi a energia hidráulica (91% do total). “E a gente espera que continue assim, porque é uma dádiva para o país ter essa disponibilidade de água”, acrescentou o diretor da Eletronuclear.

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