• 21 de setembro de 2017
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Pesquisadores montam primeiro banco de dados com 6.727 árvores típicas da Amazônia

Análise pode ajudar a desvendar a origem e a evolução da maior floresta tropical do planeta



Um estudo publicado esta semana na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) por 44 botânicos de diversas partes do globo analisou um extenso banco de dados de espécies da Amazônia e catalogou, pela primeira vez, 6.727 árvores típicas da maior floresta tropical do planeta, quase metade (48%) de toda a flora do bioma e 11% das mais de 60 mil espécies de árvores de todo o mundo.



Este é o primeiro conjunto confiável de dados taxonômicos que fornece um ponto de partida para estudos científicos que podem desvendar a origem e a evolução da biodiversidade da Amazônia. As análises anteriores incluíam no banco de dados espécies não-amazônicas, como variedades endêmicas australianas, espécies exóticas cultivadas, além de epífitas e arbustos, que não podem ser considerados árvores. Estimava-se que houvesse até 12 mil espécies de árvores.



Para o estudo foram consideradas espécies de plantas com altura igual ou maior do que um metro, a partir de análises de espécies coletadas na Amazônia do Brasil, da Bolívia, da Colômbia, do Equador, do Peru, da Venezuela e da Guiana. A família mais abundante é a Leguminosae, com 1.379 espécies registradas na Amazônia.



O trabalho de documentar e descrever a diversidade das plantas da Amazônia está longe de terminar.  Isso porque foram catalogadas apenas 582 novas espécies de angiospermas na Amazônia brasileira durante 1990 e 2006, número quatro vezes menor do que em biomas não-amazônicos do Brasil. “Os dados estão acessíveis a toda comunidade científica. A ideia agora é que essa lista seja constantemente atualizada”, disse o botânico André Amorim, um dos autores do estudo.



Embora o número de árvores seja menor do que o estimado anteriormente, isso não diminui o valor da biodiversidade da floresta. Em vez disso, destaca a necessidade de estudos em vastas extensões da Amazônia  ainda pouco exploradas. E aponta na direção de dados mais confiáveis para pesquisas sobre o bioma no futuro.


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