Progresso para acordo global de navegação é vital em Durban
No primeiro dia da 17ª Conferência das Partes (COP17) de Durban, na África do Sul, a indústria da navegação e ativistas ambientais se uniram para pedir aos governantes e negociadores do encontro que criem medidas para garantir a redução das emissões do setor de transporte marítimo.
Atualmente, a liberação de gases do efeito estufa (GEEs) da indústria naval somam cerca de 3% do total das emissões globais, mas essa porcentagem deve aumentar à medida que o comércio internacional cresce e outros setores se descarbonizam.
O setor da navegação já concordou em introduzir novas medidas de eficiência energética para diminuir as emissões de dióxido de carbono, mas segundo a Organização Marítima Internacional (OMI), essas ações não serão suficientes para mitigar a liberação de GEEs do setor.
A OMI examina a possibilidade de estabelecer um sistema de comércio de carbono ou uma taxa de CO2 até 2015, utilizando o dinheiro arrecadado para ajudar a financiar o Fundo Verde Climático (GCF), que está sendo desenvolvido para auxiliar os países em desenvolvimento a enfrentarem as consequências das mudanças climáticas. Outra opção é incluir a navegação no mercado de carbono europeu (EU ETS).
No entanto, algumas nações questionam que a implementação de um comércio de carbono ou uma taxa poderia prejudicar os países emergentes no comércio. Já outros países argumentam que a inclusão do setor de transporte marítimo no EU ETS, por outro lado, faria com que houvesse “vazamento de carbono”, ou seja, as embarcações se reabasteceriam nos portos que não fizessem parte do mercado.
No entanto, tanto a indústria naval quanto os grupos ambientalistas afirmam que detalhes técnicos não devem ser debatidos neste encontro. Agora, de acordo com eles, o que deve ser discutido são as questões dos diferentes compromissos de países desenvolvidos e emergentes.
“Os atores da indústria e a sociedade civil concordam que as emissões da navegação podem ser reguladas de uma forma que seja justa para os países em desenvolvimento e podem ajudar a gerar os recursos que eles precisam para enfrentar as mudanças climáticas”, declarou Tim Gore, assessor de políticas de mudanças climáticas do Comitê de Oxford de Combate à Fome (Oxfam).
“É vital que o encontro dos governos neste mês nas negociações climáticas da ONU em Durban dê o sinal necessário para levar esse acordo para a OMI”, finalizou Gore.
Autor: Jéssica Lipinski