A preservação dos mares brasileiros acaba de ganhar um novo aliado, o Sistema Multiusuário de Detecção, Previsão e Monitoramento de Derrame de Óleo no Mar (SisMOM), projeto que utiliza tecnologia de ponta e Inteligência Artificial (IA) para monitorar e prever o deslocamento de manchas de óleo nas águas jurisdicionais do Brasil. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por meio do Centro Nacional de Emergências Ambientais e Climáticas do Ibama (Ceneac), participará da implementação da tecnologia, que vai englobar, desde a detecção de embarcações, até o desenvolvimento de sistemas marítimos autônomos.
Com a coordenação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no último dia 11 de março, foi realizada a primeira Reunião de Revisão Geral de Atividades do SisMOM. O Ibama, a Marinha do Brasil e outras instituições de pesquisa participaram do encontro, que teve o objetivo de avaliar o avanço do projeto e de traçar os próximos passos para as ferramentas estratégicas de respostas rápidas a emergências ambientais e a mitigação de impactos ecológicos e econômicos, desenvolvendo, assim, ainda mais a implementação das soluções tecnológicas desenvolvidas.
O Ibama, parceiro estratégico do projeto, tem um papel essencial ao integrar o SisMOM ao Sistema de Informações sobre Incidentes de Poluição por Óleo (Sisnóleo). Além disso, o Inpe ampliou sua atuação no campo da IA ao incorporar os dados desse sistema ao Sistema Inteligente de Previsão de Extremos Climáticos (Sipec), que prevê eventos climáticos extremos com antecedência.
De olho em riscos climáticos
Dividido em nove grupos de pesquisa, o SisMOM não se limitará ao combate a desastres ambientais. O sistema também visa aprimorar o gerenciamento costeiro e prevenir riscos climáticos. Todas as informações geradas serão disponibilizadas em tempo real, garantindo respostas mais rápidas e eficazes.
A base do SisMOM é a integração de dados hidrodinâmicos, atmosféricos e de dispersão de óleo, que já são coletados por satélites e monitoramento aéreo. A inteligência artificial entra como um diferencial, aprimorando a previsão de deslocamento de manchas de óleo e permitindo que a resposta a eventuais incidentes seja ainda mais eficiente. Com financiamento da FINEP/MCTI desde 2020, o desenvolvimento do SisMOM está avançando. Em 2023, um protocolo de intenções foi firmado entre Ibama e Inpe, prevendo até chegar ao Acordo de Parceria de 2025, o que facilitará o intercâmbio de dados e fortalecerá o projeto.
O SisMOM é um exemplo de como a tecnologia e a colaboração institucional podem revolucionar a gestão ambiental no Brasil. Com dados avançados e modelos preditivos, o projeto promete ser um divisor de águas na luta contra a poluição por óleo e na proteção da biodiversidade marinha.