• 23 de maio de 2018
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Projeto visa proteger espécies ameaçadas

Lançado nesta terça-feira, Pró-Espécies será executado em quatro anos, com recursos de 13 milhões de dólares.



 Iniciativa do Ministério do Meio Ambiente (MMA) vai alocar cerca de 13 milhões de dólares para minimizar impactos sobre a biodiversidade. A Estratégia Nacional para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção (Projeto GEF-Pró-Espécies), lançada nesta terça-feira, Dia Internacional da Biodiversidade, busca reduzir as ameaças e fortalecer o estado de conservação das espécies.



Com recursos do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Facility Trust Fund), o projeto vai atuar em, pelo menos, 12 áreas-chave, de 13 estados (MA, BA, PA, AM, TO, GO, SC, PR, RS, MG, SP, RJ e ES), totalizando 9 milhões de hectares. A expectativa é que, até 2022, sejam tomadas medidas para proteção de todas as espécies ameaçadas do País.



"Esse projeto é fundamental para que o Brasil cumpra as metas internacionais de conservação de espécies", afirma o ministro substituto do Meio Ambiente, Edson Duarte. Entre elas, as Metas de Aichi, contidas no Plano Estratégico de Biodiversidade para o período de 2011 a 2020, proposto pelos países signatários da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB).



O GEF-Pró-Espécies é coordenado pelo Departamento de Conservação e Manejo de Espécies do MMA, implementado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), tendo como agência executora o WWF-Brasil. Terá como parceiros o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Órgãos Estaduais de Meio Ambiente.



"É uma iniciativa inovadora: ao priorizar as 290 espécies mais criticamente ameaçadas que não contam com planos de ação nem ocorrem em áreas protegidas, o projeto beneficiará também centenas de outras espécies, num efeito cascata. E poderá contribuir para o fluxo genético de grupos isolados em ilhas de vegetação nativa entre áreas protegidas e privadas", diz Rosa Lemos de Sá, secretária-geral do Funbio.



DURAÇÃO



Com duração prevista de quatro anos, o GEF Pró-Espécies vai atuar na prevenção, conservação, manejo e gestão para minimizar as ameaças e o risco de extinção de espécies, integrando União, estados e municípios na implementação de políticas públicas. Para o ministro, a principal estratégia do GEF-Pró-Espécies está na integração de esforços dos governos federal e estaduais, da sociedade civil e das comunidades locais. "Essa mensagem é reforçada pelo slogan Todos contra a Extinção", completa.



Maurício Voivodic, diretor-executivo do WWF-Brasil, também destaca a importância dessa atuação conjunta em ações de conservação e de mobilização da sociedade para a proteção de espécies. "A perda de espécies é um grave problema em todo o mundo e está associado à redução das áreas naturais, entre outros fatores. O Projeto Pró-Espécies é de extrema importância para enfrentar esse problema no Brasil. A atuação conjunta entre governos e sociedade civil vai possibilitar não apenas uma maior compreensão sobre como a perda da diversidade biológica coloca em risco a sociedade, mas efetivamente proteger as espécies ameaçadas de extinção", explica.



O projeto tem quatro componentes de atuação: Integração de conservação de espécies ameaçadas em Políticas Setoriais; Controle e prevenção da caça, pesca e extração vegetal ilegal e tráfico ilegal de espécies silvestres; Prevenção e detecção precoce de espécies exóticas invasoras e resposta rápida e Coordenação, monitoramento e comunicação.



MEGADIVERSIDADE



O Brasil é o país mais megadiverso do mundo, com mais de 163 mil espécies conhecidas. Dessas, 3.286 são consideradas ameaçadas e 290, que estão em situação mais crítica, não contam com iniciativas de conservação.



Dentre as ameaças à biodiversidade e principais causas de extinção estão a degradação e fragmentação de ambientes naturais, extração ilegal, expansão urbana, ampliação da malha viária, incêndios florestais, formação de lagos para hidrelétricas e mineração.



Nos ecossistemas costeiros e marinhos os riscos vêm de atividades humanas que levam à redução da cobertura de mangues, algas marinhas e recifes de corais, além da sobre-exploração pesqueira. Já o aumento de espécies exóticas altera os ciclos ecológicos e podem levar espécies nativas à extinção.



 


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