Reino Unido fechará usinas de carvão em 2025
Medida, no entanto, não significa transição total para renováveis. Secretária de Energia e Clima defende a prioridade de gás e energia nuclear para garantir segurança energética.
A secretária de Energia e Mudanças Climáticas do Reino Unido, Amber Rudd, anunciou nesta quarta-feira (18) que o país fechará todas as usinas de carvão em 2025. Se o plano se confirmar, a Grã-Bretanha será o primeiro grande país a encerrar as operações das usinas. A solução para alcançar segurança energética, porém, não será ousada no investimento em renováveis: a lacuna deixada pelo carvão deve ser preenchida com gás e usinas nucleares.
Em discurso, Rudd afirmou que a medida é um “reset” na política energética inglesa. Segundo ela, o Reino Unido enfrenta o legado de subinvestimento e envelhecimento das estações de energia. “Não pode ser satisfatório para uma economia avançada como o Reino Unido contar centrais elétricas poluentes de 50 anos de idade, alimentadas com carvão. Deixe-me ser clara: este não é o futuro.” Atualmente, 30% da energia no Reino Unido vêm dessa fonte.
A medida foi recebida com cautela por ambientalistas. Ao Guardian, David Nussbaum, diretor-executivo da WWF, afirmou que é positiva a eliminação progressiva do carvão, mas questionou a estratégia pouco ambiciosa em energias renováveis, no momento em que a geração eólica e solar cresce no mundo todo.
“Descarbonizar a nossa economia vai envolver uma mistura de tecnologias”, disse. “Outros países estão aproveitando o fato de que cerca de metade da infraestrutura energética global que está sendo construída hoje é renovável. E com a queda dos preços das energias renováveis, o mercado global cresce. A Grã-Bretanha está feliz em ser deixada para trás?”
De acordo com a secretária de Energia e Mudanças Climáticas, o objetivo é uma política que se concentre em tornar a energia acessível economicamente e segura. Segundo o Guardian, a secretária também afirmou que “o saldo oscilou demais em favor de políticas de mudança climática à custa de manter a energia a preços acessíveis.”
Recentemente, o vazamento de uma carta que revelou que o Reino Unido deve ficar aquém das suas obrigações com a União Europeia para obter 15% de fontes renováveis até 2020. Sob pressão, a secretária admitiu que o Reino Unido não temas políticas certas para cumprir suas metas de descarbonização e argumentou que o governo deve manter os subsídios para a geração de renováveis na revisão de gastos.