• 26 de setembro de 2019
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
  • 987

Relatório da ONU aponta que nível do mar pode subir mais de um metro até 2100

O Relatório Especial sobre Mudanças Climáticas, Oceanos e Criosfera, divulgado nesta quarta-feira (25) pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) aponta que os oceanos estão mais quentes, mais ácidos e menos produtivos e o nível do mar está aumentando 3,6 milímetros por ano – o dobro do que no último século. Estes níveis podem aumentar acima de um metro até 2100 se as emissões de gás carbono continuarem a subir intensamente.



Mais de 100 autores de 36 países analisaram a mais recente literatura científica relacionada aos oceanos e criosfera, referenciando cerca de 7.000 publicações científicas. O relatório é uma peça chave para os líderes mundiais que se reúnem em negociações sobre o clima e o meio ambiente, como a Convenção Quadro sobre Mudança Climática da ONU (COP25) que ocorre em dezembro, no Chile.



O IPCC é o órgão das Nações Unidas que analisa dados relativos às mudanças climática



IWC Replica Watches www.iwcwatch.me



Iceberg derrete na Groenlândia – Foto: Aline Dassel/Pixabay

Iceberg derrete na Groenlândia – Foto: Aline Dassel/Pixabay




O Relatório Especial sobre Mudanças Climáticas, Oceanos e Criosfera, divulgado nesta quarta-feira (25) pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) aponta que os oceanos estão mais quentes, mais ácidos e menos produtivos e o nível do mar está aumentando 3,6 milímetros por ano – o dobro do que no último século. Estes níveis podem aumentar acima de um metro até 2100 se as emissões de gás carbono continuarem a subir intensamente.



Em consequência, ocorrerão eventos extremos durante o aumento de marés e tempestades fortes. “Há indicadores de que, com qualquer grau de aquecimento global, eventos que ocorriam uma vez a cada século no passado ocorram a cada ano em diversas regiões, aumentando o risco para muitas cidades costeiras abaixo do nível do mar e regiões insulares”, alerta o relatório. Sem investimentos, estas áreas podem ser expostas a progressivos riscos de enchentes e algumas regiões insulares podem se tornar inabitáveis.



O documento aponta ainda que glaciares, neve, gelo e o gelo permanente do subsolo estão diminuindo e continuarão a diminuir. Na Europa, leste da África, Andes tropicais e Indonésia, pequenas geleiras perderão mais de 80% de sua massa até 2100, nos piores cenários de emissão. Isto aumentará o risco para as pessoas, com deslizamentos de terra, avalanches, desabamentos de pedras e enchentes. “Mudanças no fornecimento de água não afetarão apenas as pessoas das regiões de montanhas mas também comunidades distantes”, afirmou Panmao Zhai, vice-presidente de um dos grupos de trabalho do IPCC.



O relatório reforça que uma parte do gelo do Ártico diminui todo mês e está ficando muito mais fino. Se o aquecimento global continuar nos níveis atuais, o Oceano Ártico pode ficar sem gelo algum apenas daqui a 100 anos mas se o aquecimento chegar a 2º C, isto pode ocorrer em dois ou três anos.



“Moradores da região, especialmente populações indígenas, já tiveram que mudar viagens e atividades de caça à sazonalidade e segurança das condições da terra, do gelo e da neve, e algumas comunidades costeiras já planejaram se mudar”, afirma o Relatório.



O IPCC sugere que o gelo permanente do subsolo está aquecendo e o degelo é projetado para ocorrer no Século 21. Mesmo se o aquecimento global for limitado a ficar abaixo de 2º C, cerca de um quarto desta camada irá diminuir entre 3 e 4 metros de profundidade até 2100. Se as emissões de gás carbono continuarem a aumentar, há potencial de que 70% do gelo permanente do subsolo se perca.



O estudo aponta a urgência de priorizar rapidamente uma ação ambiciosa e coordenada para enfrentar as mudanças sem precedentes que estão ocorrendo nos oceanos e na criosfera. O documento lembra ainda os benefícios de adaptação efetiva e ambiciosa para o desenvolvimento sustentável e, por outro lado, os custos e riscos na demora em agir.



Os oceanos e a criosfera – partes congeladas do planeta – têm importante papel na vida terrestre. Um total de 670 milhões de pessoas que moram nas regiões montanhosas e outras 680 milhões que vivem em áreas costeiras dependem diretamente destes sistemas. Quatro milhões de pessoas vivem permanentemente no Ártico e países insulares são moradia para 65 milhões de pessoas.



“O mar aberto, o Ártico, a Antártica e as montanhas podem parecer distantes para muitas pessoas. Mas dependemos deles e somos influenciados por eles de diversas maneiras – para tempo e clima, comida e água, energia, comércio, transporte, recreação e turismo, saúde e bem-estar, cultura e identidade”, afirmou Hoesung Lee, presidente do IPCC. “Se reduzirmos as emissões drasticamente, as consequências para as pessoas e sua sobrevivência ainda serão desafiadoras, mas potencialmente mais controláveis para os mais vulneráveis”, acrescentou.



Relatório – Mais de 100 autores de 36 países analisaram a mais recente literatura científica relacionada aos oceanos e criosfera, referenciando cerca de 7.000 publicações científicas. O relatório é uma peça chave para os líderes mundiais que se reúnem em negociações sobre o clima e o meio ambiente, como a Convenção Quadro sobre Mudança Climática da ONU (COP25) que ocorre em dezembro, no Chile.



O IPCC é o órgão das Nações Unidas que analisa dados relativos às mudanças climáticas. Foi estabelecido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP) e a Organização Meteorológica Mundial em 1988 para fornecer aos tomadores de decisões análises científicas regulares relativas às mudanças do clima, suas implicações e potenciais de risco futuro e inclui 195 Países-membros.



Acesse aqui o Sumário do Relatório.



A íntegra da coletiva de imprensa está disponível em vídeo aqui.



A lista de autores está aqui.


Empresas contempladas