• 22 de julho de 2019
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Relatório da ONU pede mudanças na forma como o mundo produz e consome alimentos

Com a previsão de que a população mundial chegará a quase 10 bilhões em 2050, um novo relatório mostra que o sistema global de alimentos deve passar por mudanças urgentes para garantir que haja comida adequada para todos, sem destruir o planeta.



Produzido pelo World Resources Institute em parceria com Banco Audemars Piguet Royal Oak replica watches Mundial, ONU Meio Ambiente, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e agências francesas de pesquisa agrícola CIRAD e INRA, o relatório apresenta soluções para reformular a forma como o mundo produz e consome alimentos de forma a garantir uma sustentabilidade para o sistema alimentar até 2050.



O relatório pede ajustes significativos na produção de alimentos, bem como mudanças no consumo das pessoas. Foto: ONU Meio Ambiente



O relatório pede ajustes significativos na produção de alimentos, bem como mudanças no consumo das pessoas. Foto: ONU Meio Ambiente



Com a previsão de que a população mundial chegará a quase 10 bilhões em 2050, um novo relatório mostra que o sistema global de alimentos deve passar por mudanças urgentes para garantir que haja comida adequada para todos, sem destruir o planeta.



O “Relatório de Recursos Mundiais: Criando um Futuro Alimentar Sustentável” revela que enfrentar esse desafio exigirá o fechamento de três lacunas: uma “lacuna alimentar” de 56% entre o que foi produzido em 2010 e os alimentos que serão necessários em 2050; uma “lacuna de terra” de quase 600 milhões de hectares (uma área quase duas vezes maior que a da Índia) entre a área agrícola global em 2010 e a expectativa de expansão agrícola até 2050; e um “gap de mitigação de gases de efeito estufa” de 11 gigatoneladas entre as emissões esperadas da agricultura em 2050 e o nível necessário para atender o Acordo de Paris para o clima.



Para preencher as lacunas, o relatório pede ajustes significativos na produção de alimentos, bem como mudanças no consumo das pessoas. Desde o manejo da pesca silvestre até a quantidade de carne a ser consumida, o relatório fornece aos formuladores de políticas, empresas e pesquisadores um roteiro abrangente sobre como criar um sistema alimentar sustentável da fazenda até o prato.



“Milhões de agricultores, empresas, consumidores e todos os governos do planeta terão que fazer mudanças para enfrentar o desafio alimentar global. Em todos os níveis, o sistema alimentar deve estar vinculado a estratégias climáticas, bem como proteções do ecossistema e prosperidade econômica”, disse Andrew Steer, presidente e CEO do World Resources Institute. “Embora a escala do desafio seja maior do que se imagina, as soluções que identificamos têm um potencial maior do que muitos imaginam. Há razão para ter esperanças de que podemos alcançar um futuro sustentável em alimentos”.



“A oportunidade de transformar o sistema alimentar não deve ser ignorada. Recompensar os fazendeiros por produzir alimentos mais diversificados e nutritivos de uma maneira muito mais sustentável ajudará a aumentar sua renda e criar empregos, construir sociedades mais saudáveis, reduzir as emissões de gases de efeito estufa e apoiar a recuperação dos serviços ecossistêmicos essenciais”, disse Laura Tuck, vice-presidente de Desenvolvimento Sustentável no Banco Mundial.



“O financiamento público deve ser examinado e, se necessário, redesenhado, para apoiar o uso mais sustentável dos recursos naturais e alinhar melhor a produção de alimentos com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável dos países”.



Produzido pelo World Resources Institute em parceria com Banco Mundial, ONU Meio Ambiente, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e agências francesas de pesquisa agrícola CIRAD e INRA, o relatório apresenta soluções para reformular a forma como o mundo produz e consome alimentos de forma a garantir uma sustentabilidade para o sistema alimentar até 2050.



Entre as soluções apontadas, está reduzir o crescimento da demanda, diminuindo a perda de alimentos e o desperdício, com dietas mais saudáveis; aumentar a produção de alimentos sem expandir a área agrícola através de ganhos de produtividade para culturas e pecuária; proteger e restaurar os ecossistemas naturais, reduzindo o desmatamento, restaurando terrenos e vinculando ganhos de produtividade com a conservação do ecossistema; aumentar a oferta de peixe melhorando os sistemas de aquicultura e a gestão da pesca selvagem; e reduzir as emissões de gases do efeito de estufa na produção agrícola através de tecnologias inovadoras e métodos agrícolas.



Muitas das descobertas do relatório usam o novo modelo GlobAgri-WRR, que quantifica até que ponto cada item citado pode ajudar a aumentar a disponibilidade de alimentos, evitar o desmatamento e reduzir as emissões de gases do efeito estufa. O relatório também identifica uma série robusta de políticas, inovações e incentivos que podem dar escala às soluções.



“A tecnologia será uma das chaves para o sucesso futuro do sistema alimentar. Não há potencial realista para criar um futuro sustentável de alimentos sem grandes inovações”, disse Tim Searchinger, pesquisador sênior do WRI e principal autor do relatório. “A indústria já está criando avanços emocionantes como alimentos que suprimem a formação de metano no estômago das vacas. Precisamos de mais financiamento para pesquisa e desenvolvimento e regulamentação flexível para incentivar o setor privado a inovar”.



“Este relatório é claro sobre o que está acontecendo no sistema alimentar e as transformações que precisamos urgentemente fazer. Um tema evidente é o quanto a localização das terras agrícolas está mudando, tanto entre os países quanto dentro deles. Essa mudança está tornando o desafio alimentar e climático mais difícil de resolver. Como resultado, o mundo precisa vincular melhor os esforços para aumentar os rendimentos agrícolas com a proteção de florestas e outras terras naturais”, disse Inger Andersen, diretora-executiva da ONU Meio Ambiente.



A mudança dos padrões de consumo, o aumento da produtividade das culturas e da pecuária e a melhoria da eficiência de insumos, como fertilizantes, podem reduzir significativamente as emissões e a demanda por terra, ao mesmo tempo em que aumentam a renda agrícola. Manter o aquecimento global abaixo de 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais exigiria fazer isso e todas as demais soluções apontadas pelo documento, além de reflorestar mais de 585 milhões de hectares disponibilizados por esses ganhos de eficiência.



“O chamado à ação desse relatório pode ser resumido em três palavras: produzir, proteger e prosperar. Estes não são interesses concorrentes”, disse Achim Steiner, administrador do PNUD. “É possível produzir mais alimentos com a mesma quantidade de terra agrícola de hoje, proteger os ecossistemas e fazer isso de uma maneira que garanta que os agricultores e outros possam prosperar. Criar um futuro de comida sustentável não será fácil, mas pode ser feito.”



O novo relatório contém as conclusões completas que sustentam a síntese da criação de um futuro alimentar sustentável, que foi lançado em dezembro de 2018 na COP24 na Polônia.



Sobre o World Resources Institute

O WRI é uma organização de pesquisa global que abrange mais de 60 países, com escritórios em Brasil, China, países da Europa, Etiópia, Índia, Indonésia, México, Estados Unidos e outros. O instituto conta com mais de 800 especialistas e funcionários, que trabalham em estreita colaboração com os líderes para transformar grandes ideias em ações ambientais, para oportunidades econômicas e de bem-estar humano.



Sobre a ONU Meio Ambiente

A ONU Meio Ambiente é a voz global líder em meio ambiente. Ela fornece liderança e incentiva a parceria no cuidado com o meio ambiente, inspirando, informando e permitindo que nações e povos melhorem sua qualidade de vida sem comprometer as gerações futuras. A ONU Meio Ambiente trabalha com governos, setor privado, sociedade civil e outras entidades da ONU e organizações internacionais em todo o mundo.



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