• 20 de novembro de 2013
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Relatório do CDP chama a atenção de empresas e investidores para a questão da água

Recentemente apresentado a empresas e investidores de todo o mundo, o Global Water Report 2013 (Relatório Global de Água 2013) do CDP, organização internacional que a tua junto a investidores e empresas de todo o mundo para prevenir as mudanças climáticas e proteger os recursos naturais, estabelece que uma abordagem equivocada de gestão de riscos relacionados com a água tornou-se comum nas maiores empresas globais do mundo. O foco corporativo é direcionado com frequência somente à redução do uso de água, que é uma resposta inadequada a riscos cada vez mais imediatos e substantivos de água, ameaçando o valor ao acionista e demais partes interessadas.

A gestão adequada é a solução para alcançar a segurança da água, uma das questões mais urgentes que o mundo enfrenta hoje. No entanto, uma mudança significativa será necessária para que a gestão possa ser alcançada. O CDP, anteriormente conhecido como Carbon Disclosure Project, está convidando os investidores a assumir um papel de liderança para orientar as empresas sobre esta questão.

Este novo relatório, desenvolvido em parceria com a Deloitte, baseia-se em dados fornecidos ao CDP por 180 empresas listadas na FTSE Global 500 Equity Index, a pedido de 530 investidores que representam US$ 57 trilhões de dólares. O relatório faz análise de empresas como BP, Bayer, Lockheed Martin, General Motors, Nestlé, Wal-Mart e Unilever. Estas organizações usam o programa de água do CDP para reduzir os riscos e aproveitar as oportunidades relacionadas com a água. .

As principais conclusões do relatório, este ano intitulado "A need for a step change in water risk management" são:

- A água apresenta um risco substancial, ameaçando a rentabilidade e a segurança dos acionistas, principalmente nos setores de energia, materiais e bens de consumo. Cada empresa na amostra enfrenta uma média de sete riscos relacionados com a água, com três quartos (70%) afirmando que a água apresenta risco substancial para os seus negócios. Metade já experimentou impactos negativos em seus negócios nos últimos cinco anos.

- Riscos relacionados à água são cada vez mais imediatos. A porcentagem de riscos que as empresas esperam impactar em seu negócio dentro de cinco anos (64%) aumentou em 16% no espaço de um ano e que a maioria dos riscos identificados em operações diretas (65%) e cadeias de fornecimento (62%) serão em curto prazo. O risco relacionado à água no curto prazo mais amplamente identificado é o estresse hídrico ou escassez, seguido por enchentes e aumento dos custos de conformidade. O declínio da qualidade da água e seus preços mais elevados, além de danos à reputação estão entre os outros riscos relatados, que podem impactar as empresas no prazo de cinco anos.

- Empresas acreditam erroneamente que o uso da água é o principal risco. Dois terços das empresas (63%) reportam as metas do relatório para suas operações diretas que, em grande parte, se relacionam com redução do uso de água ou aumento da reutilização. Embora mais da metade (52%) das matérias-primas ou negócios provenha de regiões de riscos de água, menos de dois quintos (37%) solicitam aos principais fornecedores que meçam e gerenciem os riscos relacionados à água. Outro dado preocupante é que um quarto (23%) das empresas não sabe se a água apresenta risco para suas cadeias de suprimentos. Esta visão de curto prazo é equivocada e fica aquém da resposta necessária para a ampla gama de riscos que enfrentam estas companhias.

- O baixo nível de planejamento estratégico ou ambição corporativa sobre os principais indicadores de manejo de água aumenta o nível de risco. Apesar do crescente reconhecimento de que os riscos de água não podem ser tratados de forma isolada, apenas 6% das empresas têm metas ou objetivos para o envolvimento da comunidade, 4% para suas cadeias de fornecimento, 3% para a gestão da água e 1% de transparência. Nem uma única empresa relata metas de políticas públicas e 15% das empresas não conseguem atender às normas de descarte de água.

Cate Lamb, Head do programa de água do CDP diz: "Apesar de todos verem grandes progressos na capacidade das empresas para identificar os riscos relacionados com a água, a abordagem para o gerenciamento desses riscos é equivocada. Se as empresas estão se tornando verdadeiramente resistentes às ameaças crescentes que a água representa, elas devem se esforçar para a questão da gestão. Por outro lado, um aumento anual de 60% em empresas que utilizam nosso programa de água é promissor. Os resultados que publicamos em outubro vai proporcionar uma visão incomparável para os investidores com o objetivo de destacar uma posição de liderança, educando as empresas de seus portfólios sobre esta questão".

Will Sarni, diretor e líder na empresa de consultoria Deloitte LLP diz: "Enquanto a gestão de água se materializa e muitas empresas se encontrem ainda no começo desta jornada, algumas companhias já estarão deixando de gerenciar os riscos de água somente dentro de suas operações diretas para avaliá-los e, em alguns casos, para mitigá-los em suas cadeias de fornecedores. Para estas corporações - que mitigam os riscos de água nas suas cadeias de suprimentos, engajando programas de ações coletivas e trazendo para si a responsabilidade por externalidades como acesso à água limpa, saneamento básico e higiene - a liderança está na mira, se é que já não foi alcançada".

O relatório completo pode ser acessado no link: https://www.cdproject.net/CDPResults/CDP-Global-Water-Report-2013.pdf.

Empresas contempladas