Shell recebe US$ 874 milhões do Canadá para instalar projeto de captura de carbono em areias betuminosas
A Shell anunciou nesta quarta-feira (5) que avançará com os planos de construção de uma unidade de captura e estocagem de carbono (CCS), visando cortar em um terço as emissões de dióxido de carbono da extração de 255 mil barris de petróleo por dia das areias betuminosas de Alberta, Canadá.
A exploração, altamente prejudicial ao meio ambiente, tem sido foco de muitas críticas e ações extensivas de ONGs da América do Norte, que tentam barrar a ampliação deste tipo de atividade para áreas ainda preservadas do Canadá e Ártico.
O projeto chamado Quest, primeiro desenvolvido em áreas de areias betuminosas e previsto para entrar em operação em 2015, deve capturar mais de um milhão de toneladas de CO2 anualmente, que serão injetadas a 1.900 metros abaixo da superfície. Os custos ficarão em torno de US$ 1,36 bilhões, com o governo de Alberta e do Canadá contribuindo com US$ 874 milhões.
Exatamente esta contribuição que é foco de críticas ferrenhas do Greenpeace, que questiona: “Subsidiar as operações em areias betuminosas de uma empresa petrolífera multinacional (altamente lucrativa) é a melhor opção de uso para recursos públicos?”.
Denúncias do Greenpeace Canada, expostas em um relatório lançado em julho, acusam o governo de minar a legislação ambiental internacional em parceria com a Shell. O relatório também argumenta que a empresa abandonou seus investimentos em energias renováveis, buscando "agressivamente" aprovação de duas novas minas em areias betuminosas.