• 18 de dezembro de 2017
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Só ação humana explica extremos de 2016, dizem meteorologistas

Análise de 30 eventos no ano mais quente da história mostrou influência direta do aquecimento global em 21; seca no Nordeste do Brasil, porém, não pôde ser atribuída à mudança do clima



 



O aumento das temperaturas médias globais do ano passado, o calor extremo na Ásia e as águas mais quentes do mar de Bering, no Pacífico, não podem ser explicadas se tirarmos da equação as alterações climáticas causadas pelo homem, revelou o Boletim da Sociedade Meteorológica Americana (BAMS).



A conclusão se deu após 116 cientistas de 18 países analisarem uma série de eventos extremos ocorridos em 2016. O editor-chefe do BAMS, Jeff Rosenfeld, disse, em outras palavras, que as mudanças climáticas se tornaram fortes o suficiente para impulsionar eventos de calor além dos limites da variabilidade natural prevista.



Os gases de efeito estufa intensificaram fenômenos como El Niño, o branqueamento da Grande Barreira de Coral e o calor do oceano Pacífico Norte, com impacto na pesca e no abastecimento. O calor mortal que atingiu a Tailândia em abril e devastou colheitas, assim como as altas temperaturas no Golfo do Alasca, do Mar de Bering e do norte da Austrália, não se explicam pelas variações naturais do clima.



As influências humanas, segundo os estudos, multiplicaram por cinco o risco de condições de ar seco no oeste da América do Norte, facilitando os incêndios florestais. Algo parecido aconteceu com as secas do sul da África, que triplicaram nos últimos 60 anos, e com as chuvas extremas na China, 10 vezes mais prováveis hoje do que em 1961.



Apenas cerca de 20% dos eventos estudados no relatório não estão vinculados às mudanças climáticas provocadas pelo homem. Entre eles, o papel do El Niño para aumentar as chuvas do sul da Califórnia em 2016 e a seca que levou à escassez de água no Nordeste do Brasil.


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