• 26 de fevereiro de 2020
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
  • 961

Temporada de incêndios na Austrália não foi normal; veja gráficos e entenda

Dados de satélites organizados pela Sala Mundial de Situação Ambiental do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) confirmam que os incêndios na Austrália nos últimos dois meses de 2019 e nas primeiras seis semanas de 2020 estavam longe do normal.



2019 foi o segundo ano mais quente já registrado desde 1880, e a Austrália teve suas temperaturas mais quentes em dezembro de 2019.



Foto: Wikimedia Commons

Foto: Wikimedia Commons




Dados de satélites organizados pela Sala Mundial de Situação Ambiental do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) confirmam que os incêndios na Austrália nos últimos dois meses de 2019 e nas primeiras seis semanas de 2020 estavam longe do normal.



2019 foi o segundo ano mais quente já registrado desde 1880, e a Austrália teve suas temperaturas mais quentes em dezembro de 2019.



“O aumento da temperatura continua criando recordes. A década passada foi a mais quente já registrada. Os cientistas nos dizem que a temperatura do oceano está subindo a uma velocidade equivalente a cinco bombas de Hiroshima por segundo. Um milhão de espécies estão em risco de extinção a curto prazo. Nosso planeta está queimando”, diz o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.



Temperaturas da superfície global (Sala Mundial de Situação Ambiental - WESR)


Temperaturas da superfície global (Sala Mundial de Situação Ambiental – WESR)



“A tendência é muito clara: 37 dos últimos 40 anos foram os mais quentes registrados desde 1880 e os seis anos mais quentes registrados foram os últimos seis”, diz Pascal Peduzzi, Diretor do Banco de Dados de Informações Globais de Recursos do PNUMA em Genebra. “Para aqueles que pensam que a Austrália está sempre queimando, os gráficos a seguir mostram claramente que esses incêndios foram excepcionais.”



O número de incêndios em Nova Gales do Sul permaneceu relativamente constante de 2003 a 2018, mas mais do que triplicou em 2019 (incêndios registrados pelo MODIS (NASA), análise de tendências, PNUMA/GRID-Genebra).



Os meses de novembro e dezembro de 2019 tiveram uma atividade de incêndio muito maior do que o habitual. Os dados indicam que foram principalmente as florestas estacionais sempre-verdes que pegaram fogo. (Incêndios detectados pelo MODIS, cruzados com a cobertura terrestre do MODIS e por província. Fontes de dados: NASA, Data Analytics: PNUMA/GRID-Genebra)



O número de incêndios em Nova Gales do Sul permaneceu relativamente constante de 2003 a 2018, mas mais do que triplicou em 2019 (incêndios registrados pelo MODIS (NASA), análise de tendências, PNUMA/GRID-Genebra).



Os meses de novembro e dezembro de 2019 tiveram uma atividade de incêndio muito maior do que o habitual. Os dados indicam que foram principalmente as florestas estacionais sempre-verdes que pegaram fogo. (Incêndios detectados pelo MODIS, cruzados com a cobertura terrestre do MODIS e por província. Fontes de dados: NASA, Data Analytics: PNUMA/GRID-Genebra)



Banco de Dados Mundial sobre Áreas Protegidas (WDPA). Até as áreas protegidas, principalmente as florestas, foram afetadas. O gráfico mostra os incêndios detectados pelo MODIS (NASA), cruzados com província, cobertura terrestre e informações do Banco de Dados Mundial de Áreas Protegidas (PNUMA/WCMC, análise. PNUMA/GRID-Genebra)


Banco de Dados Mundial sobre Áreas Protegidas (WDPA). Até as áreas protegidas, principalmente as florestas, foram afetadas. O gráfico mostra os incêndios detectados pelo MODIS (NASA), cruzados com província, cobertura terrestre e informações do Banco de Dados Mundial de Áreas Protegidas (PNUMA/WCMC, análise. PNUMA/GRID-Genebra)



“Este serviço, acessível via a Sala Mundial de Situação Ambiental do PNUMA, é fornecido para todos os países nos níveis nacional e provincial. Ele identifica tendências na atividade de incêndios florestais desde 2003, quando os dados se tornaram disponíveis e o monitoramento começou. Observamos os dados de satélite sobre incêndios florestais em todo o mundo de 2009 até os dias atuais. Analisamos os dados dos incêndios florestais por mês, por tipo de cobertura da terra, por área protegida, por província e por nação para produzir produtos de informação”, acrescenta Peduzzi.


Empresas contempladas