Visão sobre as florestas em 2050
O manejo sustentável das florestas pode ter um papel decisivo para o fim da fome e para o combate à mudança climática, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, FAO.
Esse foi o destaque do encerramento, na última sexta-feira, do Congresso Florestal Mundial, ocorrido em Durban, na África do Sul. Após uma semana de debates, os países assinaram a Declaração de Durban, que traz uma visão sobre como as florestas devem estar em 2050.
Alimentação
Segundo a FAO, essa visão reconhece que as “florestas do futuro são fundamentais para a segurança alimentar e para melhorar os meios de subsistência das famílias”.
Logo após a assinatura da declaração, a Rádio ONU entrevistou o diretor de manejo florestal da FAO. De Durban, Eduardo Mansur explicou outros pontos do documento.
Carbono
“O discurso é que floresta não é só árvore. Floresta é todo o entorno que existe em relação aos recursos, aos alimentos, à energia, à proteção do solo, da água, os serviços ambientais. A importância da restauração de florestas degradadas e também a questão da destruição, do desmatamento, da degradação, que causa a emissão de carbono para a atmosfera. Sendo uma solução, porque florestas manejadas, florestas conservadas contribuem para uma condição essencial para (resolver) o problema da mudança climática.”
Eduardo Mansur destaca que no início da semana, a FAO apresentou no congresso números impactantes sobre o desmatamento entre 1990 e 2015.
Degradação
“O planeta perdeu uma área florestal mais ou menos equivalente ao tamanho da África do Sul; 129 milhões de hectares é a estimativa. Uma má notícia que impactou bastante aqui no congresso. A boa notícia é que a taxa de desmatamento diminuiu nos últimos cinco anos. Enquanto que nos anos 1990 essa taxa anual era de 0,18% ao ano, hoje é menos da metade. Nos últimos cinco anos, tem se mantido na faixa de 0,08% ao ano.”
Segundo o representante da FAO, o Congresso Florestal Mundial ocorre a cada seis anos e desta vez, contou com 4 mil participantes de 142 países. Foram apresentados cerca de 900 documentos sobre florestas, sendo que 30% eram de autores africanos e 30% escritos por mulheres.