WWF e empresas comemoram redução de emissões de CO2
Programa Defensores do Clima, uma parceria entre o WWF e algumas das maiores companhias do planeta, registra o corte de 100 milhões de toneladas de dióxido de carbono desde que foi criado, em 1999
Quando o assunto são as questões ambientais e climáticas é muito comum o enfrentamento entre entidades da sociedade civil e o setor corporativo, porém já existem exemplos bem sucedidos que mostram que o diálogo e a parceria pode ser um melhor caminho.
Um desses exemplos é o Programa Defensores do Clima, criado em 1999 pela WWF e que tem como objetivo estabelecer metas voluntárias de emissão de gases do efeito estufa para empresas e incentivar melhores práticas, como eficiência energética e cuidados com a cadeia de fornecedores.
Neste mês de maio o WWF vai apresentar um balanço do programa, mas a entidade já está comemorando a marca de 100 milhões de toneladas de dióxido de carbono que deixaram de ir para a atmosfera desde o início da iniciativa.
“A liderança demonstrada pelas empresas participantes do Climate Savers confirma que o setor privado pode ser competitivo e ainda ajudar na mitigação das mudanças climáticas”, afirmou Alexander Quarles van Ufford, gerente de parcerias do WWF Internacional.
Entre as mais de 30 companhias da iniciativa estão: Coca Cola, Tetra Pak, HP, Sony, IBM, Volvo, Natura, Nike, Johnson & Johnson e National Geographic.
De acordo com a consultoria Ecofys, que acompanha o programa Climate Savers, até 2020 a redução nas emissões das empresas participantes pode alcançar 350 milhões de toneladas. Se outras grandes corporações dos 16 setores já cobertos pela iniciativa seguissem o mesmo exemplo, esse número poderia chegar a um bilhão de toneladas.
“Eficiência no uso de recursos e uma produção de baixo carbono devem ser parte integrante do DNA corporativo, ainda mais no cenário atual com os combustíveis e as commodities em alta”, disse Quarles van Ufford.
Exemplos
As empresas adotaram as mais diversas estratégias para alcançar as metas de corte nas emissões. A HP, por exemplo, buscou reduzir o consumo de energia em seus data centers e aumentar a participação das energias renováveis em sua matriz.
Já a Sony realizou um estudo que demonstrou que 76% das emissões resultantes do uso de seus produtos eram provenientes de televisores. Assim, procurar formas de deixar os aparelhos mais eficientes se tornou o grande objetivo de sustentabilidade da companhia. Já em 2008, a empresa lançou uma linha de televisores que emitiam 33% menos ao serem utilizados devido ao baixo consumo de eletricidade.
A Tetra Pak assumiu o compromisso de reduzir suas emissões absolutas em 10% até 2010 em relação aos níveis de 2005. Para alcançar esse objetivo, a empresa passou a buscar fontes limpas de energia e também a cobrar de seus fornecedores informações como pegada de carbono. Aqui no Brasil, a companhia investiu em modernização e conseguiu em 2010 acumular uma redução de 6,15% em seu consumo de eletricidade.
O WWF reconhece o papel da iniciativa privada, mas deixa claro que as empresas sozinhas não tem como resolver o problema das mudanças climáticas.“Esforços voluntários da indústria são essenciais, mas o tamanho da tarefa a nossa frente demanda um fortalecimento de políticas internacionais que exijam redução nas emissões”, concluiu Quarles van Ufford.
Autor: Fabiano Ávila