• 26 de julho de 2012
  • JORNAL DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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Índia afirma utilizar mais de 2,6% de seu PIB para combater mudanças climáticas

“O atual gasto do governo na Índia em adaptação à variação das mudanças climáticas excede 2,6% de seu PIB [produto interno bruto]. Agricultura, recursos hídricos, saúde e saneamento, florestas, infraestrutura da zona costeira e eventos extremos são áreas específicas de preocupação”, declarou nesta semana o Ministério das Finanças indiano em um documento.


De acordo com o relatório, o governo da Índia está comprometido em gastar grandes quantias de seus recursos para preservar e proteger o meio ambiente, e por isso pretende atingir sua meta de reduzir a intensidade de emissões de seu PIB de 20% a 25% até 2020 em relação aos níveis de 2005.

Segundo o documento, o país também está preparando um Plano de Ação Nacional para Mudanças Climáticas (NAPCC) visando atingir um desenvolvimento sustentável. O plano é dividido em oito missões nas áreas de energia solar, melhoria da eficiência energética, agricultura sustentável, habitação sustentável, água, ecossistema himalaio, aumento da cobertura florestal e conhecimento estratégico para mudanças climáticas.

Além disso, há iniciativas previstas nos setores de geração de energia, transporte, energias renováveis, gerenciamento de desastres e capacitação de edifícios, que devem ser integradas aos planos de desenvolvimento dos ministérios indianos.

Mas a Índia acredita que, além das ações nacionais, são necessárias parcerias globais para que o país consiga se adaptar às mudanças climáticas. “Deveria haver um mecanismo financeiro multilateral sob a Convenção [Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas] (UNFCCC) que deveria ser estabelecido com recursos fornecidos por países desenvolvidos com base nos recursos avaliados.”

O documento observa que, atualmente, segundo as estimativas de diversas instituições, os fundos destinados a ajudar países em desenvolvimento a lidarem com as mudanças climáticas, como o Fundo Climático Verde (GCF), não fornecem o dinheiro suficiente para tal fim.

Para se ter uma ideia, o GCF anunciou que arrecadaria US$ 100 bilhões por ano até 2020 para os países emergentes combaterem as mudanças climáticas, e a UNFCCC estimou que os gastos com a mitigação das mudanças climáticas devem chegar a US$ 60-182 bilhões em 2030. No entanto, cálculos da própria UNFCCC mostram que até US$ 2030 os investimentos para reduzir as emissões até os níveis atuais precisarão ser de US$ 200-210 bilhões.

“Enquanto a Índia deu alguns passos por si própria para se adaptar as mudanças climáticas e mitigar suas emissões no interesse de sua segurança energética e desenvolvimento sustentável, o aumento da força nacional para responder às mudanças climáticas também depende essencialmente de negociações multilaterais que ocorram em fóruns internacionais e realmente criem os financiamentos imediatos e de longo prazo prometidos em Cancún”, conclui o documento.

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